Conselho de Medicina restringe entrevistas de candidatos às vésperas de eleição
O Conselho Federal de Medicina (CFM) passou a restringir entrevistas de candidatos, além de ameaçar anular chapas que desrespeitam "símbolos nacionais" e a própria instituição
A votação do Conselho Federal de Medicina de Brasília (CFM-DF) para eleger 54 novos conselheiros, um titular e um suplente por estado, ocorre nas próximas terça, 6, e quarta-feira, 7.
Alguns parlamentares bolsonaristas vêm tentando emplacar representantes no conselho. Principalmente após o projeto de lei “Antiaborto”.
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No último dia 25, a comissão eleitoral do CFM do Distrito Federal determinou que os candidatos que deram entrevistas a sites de notícias estarão infringindo as normas do Conselho, podendo ter a chapa anulada.
A manifestação ocorreu em resposta a um questionamento de uma chapa de oposição à atual conselheira Rosylane Rocha, que busca novo mandato com apoio de parlamentares e lideranças bolsonaristas.
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A Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) enviou nota ao O POVO repudiando a decisão do CFM.
De acordo com a federação, a decisão "cerceia a liberdade de expressão porque limita o acesso dos candidatos aos veículos cuja existência se dá apenas no meio digital".
Ainda de acordo com a nota, a decisão interfere indevidamente no direito que os veículos têm de definir por qual mídia a entrevista dada será veiculada.
"Por dedução, pode-se dizer que se um candidato dá entrevista a um canal de televisão, esta poderá ser veiculada apenas pela emissora de TV, sendo vedado sua veiculação no site da emissora de TV. O mesmo vale para os jornais impressos e as emissoras de rádio".
A nota de repúdio também foi assinada pelos Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de Minas Gerais (SJPMG) e do Rio Grande do Sul (SindJoRS).