Cabeleireiro realiza sonho de se casar usando véu em São Paulo

O acessório foi produzido pelo próprio noivo, que usou aproximadamente 3.500 pedras de strass e muito brilho

Com direito a muito brilho e pedras de strass, o cabeleireiro Robson Patrick Ferreira, de 32 anos, realizou o sonho de se casar usando uma capa branca simbolizando um véu. A cerimônia aconteceu no último dia 11 de maio em São José do Rio Preto, em São Paulo.

A capa foi confeccionada e finalizada pelo próprio Patrick, que utilizou aproximadamente 3.500 pedras. Durante a preparação da peça, evitou mostrar os detalhes para o noivo, o jornalista Guilherme Vila Real, de 33 anos.

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Ao portal G1 São Paulo, o cabeleireiro conta que colou pedra por pedra e fez o acabamento, tudo com muito amor. “Eu não me arrependo nem um minuto. Eu faria tudo novamente porque ali eu estava realizando um sonho. Desde criança, desde adolescente eu sempre falava que quando eu fosse casar, eu ia entrar com uma capa cheia de brilho”, relata.

Robson relata ainda que usou o figurino completo, fez cabelo e maquiagem e que a capa foi uma surpresa para todos os familiares e amigos. A festa foi planejada durante um ano.

“A única pessoa que sabia era minha cunhada e quando eu entrei na cerimônia, todo mundo ficou olhando, todo mundo ficou admirando, amaram, vieram conversar comigo depois. Falaram que eu arrasei na capa, que nunca tinham visto. Era uma coisa nova. Foi maravilhoso”, disse.

Ao ouvir de Robson sobre o desejo de usar a capa , Guilherme ficou receoso com a ideia, mas logo recebeu apoio da mãe.

“Eu no começo fiquei meio receoso. Não por mim, não por ele. É que nós homossexuais vivemos em constante medo da sociedade. Porém essa ideia mudou, um dia conversando com a minha mãe. Ela disse para não pensar daquela forma. Que era para deixar o Robson realizar o sonho dele”, explica Guilherme.

Os dois disseram ainda ao G1 que era difícil encontrar o acessório à venda da forma que o noivo queria, e por isso, Robson fez a capa a próprio punho com a ajuda da cunhada. Guilherme aponta que o uso do acessório é comum em casamentos heterossexuais, mas que deveria se tornar rotina em uniões homoafetivas.

“Foi tudo muito mágico. A nossa história foi cheia de desafios. Principalmente em relação ao preconceito e a falta de respeito dentro da própria família, mas a gente nunca desistiu e vencemos. Aquele momento foi muito além de uma simples cerimônia”, disse Guilherme.

E por mais que soubesse da capa, Vila Real conta que não imaginou que seria um momento tão especial e que, ao ver Robson produzido usando a capa e sendo acompanhado dos pais, define o momento como inesquecível.

A cerimônia foi uma forma de superar o preconceito vivido pelo casal até mesmo dentro da família. “Para nós homossexuais muitos sonhos e vontades acabam sendo esquecidos, por conta da sociedade. Então esse nós fizemos questão de realizar, junto dos pais e amigos. Foi uma cerimônia linda, mágica, de muito respeito. Ali o amor reinou”, completou Guilherme.

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