Casal preso comprou carros e roupas com dinheiro arrecadado em campanha para filho doente

O menino, que tinha Atrofia Muscular Espinhal (AME) faleceu em janeiro de 2021, aos cinco anos de idade, após quatro anos do início da campanha. Os pais foram presos nesta quarta-feira, 22, em Joinville.

Um casal foi preso em Santa Catarina após ser condenado por estelionato e apropriação de bens. Renato e Aline Openkoski, pais do menino Jonatas e responsáveis por arrecadar cerca de R$ 3 milhões para custear o tratamento médico do filho, foram presos nessa quarta-feira, 22, na cidade de Joinville. Ambos estavam foragidos, de acordo com o portal G1 Santa Catarina.

A decisão da Justiça de Santa Catarina foi tomada após o casal utilizar uma parte dos R$ 3 milhões arrecadados na campanha AME Jonatas para fins pessoais, como carros, academia, skate e roupas.

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O menino, que tinha Atrofia Muscular Espinhal (AME) faleceu em janeiro de 2021, aos 5 anos de idade, após quatro anos do início da campanha.

O movimento foi criado em 2017 pelos pais da criança, diagnosticada com a doença rara degenerativa, para arrecadar dinheiro a fim de custear o tratamento do menino. A campanha repercutiu nacionalmente, e arrecadou cerca de R$ 3 milhões.

No dia 24 janeiro de 2021, o casal anunciou, por meio das redes sociais, que Jonatas havia morrido. “Nosso pequeno grande guerreiro acordou bem, sorriu, tomou seu leitinho e voltou a dormir. Dormiu o sono eterno ocasionado por uma parada cardíaca", escreveram os pais.

Investigações

Em janeiro de 2018 a Delegacia de Proteção à Criança, ao Adolescente, à Mulher e ao Idoso da Capital (DPCami) de Joinville começou a investigar a campanha AME Jonatas por suspeita de apropriação indébita.

A apuração atendeu a um pedido do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), que suspeitava que os pais estavam utilizando o dinheiro arrecadado na campanha para arcar com luxos pessoais.

No mesmo mês, a Justiça bloqueou a quantia arrecadada com a campanha, cerca de R$ 3 milhões, assim como um veículo de R$ 140 mil que estava em nome dos pais da criança.

Em março de 2018, a DPCami de Joinville cumpriu um mandado de busca e apreensão na residência do casal, localizada no município. Foram apreendidos diversos produtos e roupas de marcas famosas, além de um veículo de luxo.

Naquele ano, a Polícia Civil indiciou Renato e Aline Openkoski por estelionato e apropriação indébita.
Em outubro de 2022, o casal foi condenado pela Justiça catarinense por estelionato e apropriação de bens, conforme o portal Uol.

No entanto, a prisão, conforme a Polícia Civil, ocorreu nesta quarta-feira, 22, em Joinville.

Conforme o delegado Rodrigo Maciel, a DPCami foi acionada para a prisão há dois meses, quando foi finalizado o prazo de recursos para a defesa dos pais de Jonatas.

Desde então, os policiais realizavam trabalho de inteligência e a campo, além de campanas. A investigação identificou que o casal fugiu de Balneário Camboriú, no Litoral Norte de Santa Catarina, onde morava.

Na quarta-feira, ambos foram encontrados escondidos em um imóvel no Morro do Meio, em Joinville, cidade na qual foi lançada a campanha AME Jonatas, em 2017.

A defesa do casal disse que “serão defendidos o devido processo legal, o contraditório, a ampla defesa e todos os meios de prova e recursos inerentes”.

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