Renda, educação e alimentação de crianças e adolescentes pioraram na pandemia

Estudo do Unicef analisa oito dimensões da pobreza que afeta a população de até 17 anos

Depois da pandemia de Covid-19, crianças e adolescentes no Brasil estão com piores níveis de renda, educação e alimentação. É o que indica a pesquisa "As múltiplas dimensões da pobreza na infância e na adolescência no Brasil", lançada nesta terça-feira, 14, pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).

Para analisar a pobreza multidimensional, foram utilizados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), relacionados a oito dimensões: renda, alimentação, educação, trabalho infantil, moradia, água, saneamento e informação.

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O último ano para o qual há informações disponíveis para todos os oito indicadores é 2019 – quando havia 32 milhões de meninas e meninos de até 17 anos privados de um ou mais desses direitos.

Para os anos seguintes, só há dados de renda, alimentação e educação – e os três pioraram.

Entre 2020 e 2021, o contingente de crianças e adolescentes com privação no acesso à alimentação passou de 16,1% para 25,7%.

Conforme analisado pelo Unicef, no mesmo período, o número de crianças privadas do direito à alfabetização passou de 2% para 3,1%, um aumento de 55%.

Já o percentual de crianças e adolescentes de famílias com renda per capital abaixo de 1,90 dólar (a linha de pobreza monetária extrema) em 2021 alcançou o maior nível dos últimos cinco anos: 16,1% (ante 13,8%, em 2017).

A pesquisa aponta também os impactos das desigualdades sociais sobre os indicadores. "Como esperado de uma dimensão derivada diretamente das condições socioeconômicas, as diferenças regionais são mais marcantes", afirma.

Enquanto as regiões Norte e Nordeste tinham, em 2021, níveis de privação de renda, em geral, superiores a 50%, no Sul e no Sudeste, os percentuais ficaram em torno de 20% e 30%.

A desigualdade racial também é estatisticamente significativa, com diferenças acima de 15 pontos percentuais em todos os anos analisados.

Em 2021, o percentual de crianças e adolescentes negros(as) e indígenas com privação de renda era superior a 50%, enquanto o de meninas e meninos brancos(as) e amarelos(as) não chegava a 30%.

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