Ararinhas-azuis voltam à natureza na Bahia após 20 anos; entenda

Soltura de oito ararinhas-azuis e oito araras maracanãs vai acontecer hoje, 11, em Curaçá, município localizado no Vale do São Francisco, na Bahia

Oito ararinhas-azuis serão soltas na natureza neste sábado, 11, em Curaçá, município localizado no Vale do São Francisco, na Bahia.

Originária do sertão norte baiano, a espécie é considerada "criticamente em perigo de extinção" desde o ano 2000, período em que foi vista pela última vez, conforme informações do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). 

Seja assinante O POVO+

Tenha acesso a todos os conteúdos exclusivos, colunistas, acessos ilimitados e descontos em lojas, farmácias e muito mais.

Assine

A região de soltura detém um Centro de Reprodução e Reintrodução da espécie, sendo administrado pelo ICMBio. Em março de 2020, 52 animais chegaram ao Brasil, vindos da Alemanha e da Bélgica.

De acordo com a coordenadora do Plano de Ação Nacional para a Conservação da Ararinha-Azul, Camile Lugarini, os animais estão atualmente no Refúgio de Vidas Silvestres da Ararinha-Azul, na Bahia.

Além das oito que serão soltas neste sábado, 11, outras 12 ararinhas-azuis continuam sendo preparadas para soltura no mesmo local, prevista para acontecer em dezembro deste ano, segundo a coordenadora. "São em duas etapas, porque a gente quer manter esses animais fiéis ao local de soltura. Uma forma é deixar um pouco mais da metade no refúgio e soltar o restante", explica.

Das 52 aves que chegaram ao Brasil, 50 conseguiram se adaptar ao Refúgio de Vidas Silvestres da Ararinha-Azul, chegando a reproduzir. "Na Bahia, existem 53, que são os três animais que nasceram em 2021 com os 52 que chegaram da Europa, onde dois morreram. Então, são 53 que existem atualmente na Bahia. Não há nenhum registro novo de ararinha-azul", pontua Camile.

Além das ararinhas-azuis, oito araras maracanãs serão soltas

Junto com as oito ararinhas-azuis que voltarão à natureza, outro grupo com oito araras maracanãs também passarão pelo processo de soltura neste sábado, 11. Segundo a coordenadora, o número de aves que são soltas por grupo é muito importante, porque são espécies que vivem agrupadas, sendo um fator primordial para a adaptação e sobrevivência dos animais.

"Como a gente não tem um grande número de indivíduos para soltar nessa primeira soltura, a gente considerou isso importante. Além disso, as maracanãs vão servir como tutoras para as ararinhas-azuis, para ensinar a forragear, a reconhecer os alimentos disponíveis, a se alimentar e a fugir de predadores naturais", esclarece a coordenadora.

Ararinhas-azuis: processo de soltura das aves

O processo de soltura neste sábado, 11, consiste em abrir uma janela do recinto onde as aves já estão em adaptação e em treinamento de voo para soltura. "Se elas vão sair, fica por conta delas. O recinto vai ficar aberto o dia todo e elas vão poder sair e voltar, sendo um processo chamado de soltura branda. Pela noite, o lugar fica fechado, porque a gente não quer que entre nenhum predador", explica Camile.

No dia seguinte, domingo, 12, o recinto é aberto novamente para que as aves que ficaram possam sair também. "É um período de adaptação ao ambiente que vai ser longo. A gente espera que no ano que vem todas elas estejam adaptadas e mais independentes", completa a coordenadora. Durante o processo, a alimentação dos animais continuará sendo mantida no refúgio para auxiliar na adaptação alimentar.

Dúvidas, Críticas e Sugestões? Fale com a gente

Tags

ararinha-azul bahia arara extincao icmbio araras maracanas

Os cookies nos ajudam a administrar este site. Ao usar nosso site, você concorda com nosso uso de cookies. Política de privacidade

Aceitar