Cadê os Yanomami: o que se sabe e o que falta saber sobre o caso até hoje

A morte da menina yanomami, após estupro por garimpeiros na reserva indígena dos Yanomami, em Roraima, foi repudiada na internet. A Polícia Federal investiga o caso

Após denúncia de que uma menina de 12 anos de idade, da comunidade Yanomami, havia sido estuprada e morta por garimpeiros, uma equipe da Polícia Federal (PF) foi até o local do crime para investigar. Outra criança, também Yanomami, caiu em um rio no dia do crime e desapareceu.

A denúncia foi feita pelo presidente do Conselho Distrital de Saúde Indígena Yanomami e Ye'kwana (Condisi-YY), Júnior Hekurari Yanomami, no dia 25 de abril. Ao chegarem até Aracaçá, uma comunidade que fica na região de Waikás, no estado de Roraima, a PF não encontrou indícios do crime. Mas, além disso, a polícia encontrou a aldeia completamente vazia: nenhum dos 25 indígenas que moravam lá puderam ser localizados e a comunidade estava queimada.

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O caso vem causando grande mobilização nas redes sociais e em setores da administração pública, como o Supremo Tribunal Federal (STF). Confira tudo o que já se sabe o que ainda falta saber sobre o desaparecimento dos Yanomami:

Morte da menina yanomami: o que se sabe sobre o caso até hoje

A denúncia de Júnior Hekurari Yanomami desencadeou uma reação imediata na esfera cibernética. Após o descobrimento da aldeia vazia e queimada, a cobrança por respostas ficou ainda mais intensa. Além da adolescente yanomami, vítima de estupro, Hekurari acredita que outra mulher da aldeia foi sequestrada e seu filho de 3 anos foi jogado no rio e desapareceu.

A região de Waikás, onde fica a comunidade de Aracaçá, é uma das mais afetadas pelo garimpo ilegal. Acampamentos de garimpeiros instalados ilegalmente em terras Yanomami já foram fotografados; de acordo com o g1, os indígenas da comunidade não são mais subsistentes: deixaram de plantar e agora fazem trabalhos para os garimpeiros, em troca de comida. A aldeia contava com cerca de 30 indígenas, antes do crime.

A presença dos garimpeiros no território Yanomami vem causando diversos problemas há muito tempo. De acordo com o relatório “Yanomami sob ataque”, da Hutukara Associação Yanomami, garimpeiros não somente exploram a terra - o garimpo foi o responsável pela devastação de 25% do seu território em um ano -, mas também oferecem drogas e bebidas alcoólicas aos indígenas, causando confusões e desestabilidade social. A reserva indígena Yanomami é a maior do Brasil.

Aldeia Yanomami vazia e queimada: o que ainda falta saber

De acordo com o próprio Júnior Hekurari, existe entre os povos indígenas o costume de, se ocorre uma morte na comunidade, a aldeia é queimada e os sobreviventes saem em busca de outro local para viver. Mas, para ele, as investigações devem continuar, por acreditar que os indígenas foram orientados pelos garimpeiros.

"Percebe-se, através dos vídeos que esses indígenas, foram coagidos e instruídos a não relatar qualquer ocorrência que tenha acontecido na Região, dificultando a investigação da Polícia Federal e Ministério Público Federal, que acabaram relatando não haver qualquer indício de estupro ou desaparecimento de criança", diz trecho da nota do Condisi-YY.

Ainda não se sabe se os garimpeiros foram responsáveis pela queima da aldeia ou não, e nem a localização dos indígenas que sumiram de Aracaçá. Depoimentos de alguns indígenas da comunidade Palimi ú podem indicar que os yanomami desaparecidos estejam andando pela floresta, procurando um novo local para morar.

Com informações do G1

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