SP: Sou da Paz associa queda da letalidade policial a ação do governo

O Instituto Sou da Paz emitiu nota técnica sobre a queda, desde 2020, do número de mortes causadas por policiais militares no estado de São Paulo. De acordo com o instituto, a diminuição das ocorrências letais ocorreu em razão do comprometimento do governo estadual com políticas de mitigação da violência policial implementadas nos últimos anos e iniciativas como a instalação de câmeras na farda dos policiais. 

“Esse conjunto de medidas mostra que quando um governo e uma força policial querem, é possível profissionalizar e melhorar gestão sobre o uso da força”, destacou a diretora-executiva do Instituto Sou da Paz, Carolina Ricardo.

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O uso de câmeras acopladas aos uniformes de policiais militares do estado de São Paulo para registro das suas ações.

Entre as ações adotadas pelo governo paulista, destacadas pelo Instituto Sou da Paz, estão a nova estrutura correcional, que disciplina os procedimentos adotados quando ocorrem casos de uso da força letal; as comissões de mitigação de risco, colegiado formado pelo comandante de área e policiais que analisam a conduta do agente envolvido no caso; o sistema de saúde mental da Polícia Militar; o uso de armas de incapacitação neuromuscular, que dispensa a necessidade do uso de arma de fogo; além do uso das câmeras corporais.

“Incentivamos que essas iniciativas tenham continuidade pois elas contribuem para que casos de mortes decorrentes de intervenção policial, e também as mortes de policiais, sejam tratadas com a responsabilidade institucional que demandam e para que não sejam banalizadas”, ressaltou Carolina Ricardo.

De acordo com dados do instituto, baseados em informações da Corregedoria de Polícia do estado de São Paulo, a quantidade de mortes provocadas por policiais militares de São Paulo, em 2021, foi a menor desde 2013. Foram 559 mortes em 2021; 805, em 2020; 862, em 2019; 832, em 2018; 891, em 2017; 767, em 2015; 776, em 2014; e 404, em 2013.

O uso de câmeras acopladas aos uniformes de policiais militares do estado de São Paulo para registro das suas ações.

O uso de câmeras acopladas aos uniformes de policiais militares do estado de São Paulo para registro das suas ações. - Rovena Rosa/Agência Brasil

Câmeras na farda

O processo de implantação das câmeras nas fardas dos policiais militares paulistas têm ocorrido desde 2020. De acordo com o Sou da Paz, o uso do equipamento não pode ser apontado como único responsável pela diminuição da violência policial, mas a instalação das câmeras corporais tem trazido resultados emblemáticos.

No Comando de Policiamento de Choque, do qual faz parte o batalhão das Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota), desde o início do uso do equipamento, em julho de 2021, a média de mortes mensais causadas por intervenção policial caiu de 7 (considerado o período de julho de 2020 a janeiro de 2021) para 2 (de julho de 2021 a janeiro de 2022).

Inicialmente 500 câmeras foram implementadas em três batalhões do estado. Em 2021, mais três mil foram implementadas em 18 batalhões da capital, Grande São Paulo e interior do estado. O modelo de câmera utilizado vai acoplado à farda do policial, na parte superior do tronco. O policial não tem a possibilidade de desligar a câmera, uma vez que o sistema prevê a gravação de vídeos de rotina. No entanto, o agente pode selecionar para que o equipamento inicie uma gravação. Dessa forma, o policial pode garantir que certos momentos sejam filmados.

As imagens são acessíveis aos policiais, sem a possibilidade de edição, via interface do sistema de gerenciamento. Os vídeos são classificados como secretos para efeitos da Lei de Acesso à Informação, portanto não constituem dados públicos.

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