Dia Nacional do Combate ao Alcoolismo: veja comportamentos que indicam a hora de pedir ajuda
Durante a pandemia, dados da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) apontam que o uso de álcool aumentou em 35%
O alcoolismo é uma doença crônica que consiste no consumo compulsivo de álcool. De acordo com a estimativa da Organização Mundial da Saúde (OMS), o problema mata três milhões de pessoas por ano. Durante a pandemia, dados da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) apontam que o uso da droga lícita aumentou em 35%.
O psicólogo Pablo Sauce, coordenador do Programa Dependência Química da Holiste Psiquiatria, alerta que a doença pode se manifestar de várias formas, dependendo do organismo de cada pessoa. Portanto, é preciso estar atento à frequência e quantidade do consumo, além do papel que a substância desempenha no cotidiano do indivíduo. Ele explica que quando a ingestão de bebidas alcoólicas não é mais uma degustação e passa a ser para “matar a sede” de algo, é preciso atenção.
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Pablo lembra que o acompanhamento médico é fundamental, principalmente no início do tratamento do vício e nos casos em que o abuso da substância levou a sinais de demência. “O viés clínico é essencial. Podemos agir para a reposição da vitamina B12 e, por outro lado, realizar a estimulação cognitiva do paciente, que ajuda muito. A promoção de mudanças de hábitos, incluindo algum tipo de atividade física, também é um fator que faz diferença para o tratamento”, diz.
Comportamentos que indicam a hora de pedir ajuda
Neste 18 de fevereiro, Dia Nacional do Combate ao Alcoolismo, Pablo Sauce destacou alguns comportamentos que indicam a hora de pedir ajuda:
- Dificuldades em controlar o comportamento de consumo de álcool: Em muitos casos, o indivíduo acredita poder parar quando quiser. E, vez ou outra, até consegue parar por um período, mas somente quando o corpo já não consegue absorver mais o excesso da substância.
- Aumentando a dose: Com o aumento da tolerância à bebida, acontece o aumento da dose para conseguir o mesmo efeito. Aqui percebe-se claramente que o indivíduo não degusta a bebida, mas bebe como quem mata a sede. O álcool já não é mais um pretexto para socializar, a busca se torna diretamente o efeito - ou seja, a embriaguez.
- Abandono de interesses: O usuário, que anteriormente participava de diversas atividades, passa a negligenciar seus interesses e vínculos - laborais, acadêmicos ou até no lazer - e passar a orientar a vida em torno da relação com a bebida. Na fase mais profunda do vício, passa a não ter cuidados pessoais, deixando de tomar banho, comer e escovar os dentes, abandonando a si mesmo.
- Persistência nociva: Quando, apesar das consequências negativas decorrentes do abuso de álcool, como envolvimento em acidentes de carro, quedas com lesões corporais, até quando exames clínicos denunciam alterações significativas no organismo, o usuário não consegue ou se interessa em reduzir o consumo.
- Mentiras: O alcoolista passa a mentir com frequência e suas mentiras se tornam cada vez maiores. Mente sobre onde estava e com quem estava, passa a usar as mentiras para justificar suas faltas ao trabalho e ausência de outros compromissos. Mente em busca de dinheiro para financiar o vício e se torna agressivo quando questionado.
- Estado de abstinência: Um dos sinais mais evidentes de que a relação com a bebida está em um nível problemático, é na falta dela. Quando na interrupção do uso, por qualquer motivo, o indivíduo apresenta alguns sintomas de “fissura” - que podem ser desde tremores nas mãos até uma crise convulsiva.