Vacinas protegem também quem já teve covid-19, mostra estudo da Fiocruz

Autor DW Tipo Notícia

Efetividade contra hospitalização e morte em caso de reinfecção fica entre 59% e 90%, dependendo do imunizante. Ciclo vacinal completo também previne casos sintomáticos em quem já teve a doença, aponta estudo preliminar.Um estudo divulgado nesta quarta-feira (29/12) por pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) mostra que as vacinas contra covid-19 usadas no Brasil aumentam a proteção contra o coronavírus também em quem teve a doença previamente. O trabalho foi publicado em formato preprint no site Medrxiv e ainda precisa ser revisado por outros cientistas. Os pesquisadores avaliaram 22.565 pessoas com mais de 18 anos que tiveram dois testes PCR positivos e 68 mil que tiveram teste positivo e depois negativo, entre fevereiro e novembro deste ano. Segundo o artigo, a vacinação com as duas doses dos imunizantes da AstraZeneca, da Pfizer-BioNTech e com a Coronavac, ou com a dose única da Janssen, foi capaz de reduzir a ocorrência de reinfecções sintomáticas e casos graves da doença em quem já havia contraído a covid-19 anteriormente. Em pessoas que já haviam contraído a covid-19, verificou-se a partir de 14 dias após o esquema vacinal completo, uma efetividade contra uma infecção sintomática de 37,5% para a Coronavac, 53,4% para AstraZeneca, 35,8% para Janssen e 63,7% para a Pfizer-BioNTech. Já a efetividade contra hospitalização e morte, também após 14 dias da aplicação, é 82,2% com a Coronavac, 90,8% com a AstraZeneca, 87,7% com a Pfizer-BioNTech e 59,2% com a Janssen. Ganho substancial contra as formas graves O principal pesquisador responsável pelo estudo, Julio Croda, da Fiocruz Mato Grosso do Sul, explica que a análise contou com a base nacional de dados sobre notificação, hospitalização e vacinação e reforça a necessidade de completar o esquema vacinal mesmo em quem já teve covid-19. "A importância de ser vacinado é a mensagem principal, e a necessidade de duas doses para maximizar a proteção", explica. Ele ressalta que alguns países chegam a recomendar apenas uma dose para as pessoas que já tiveram a doença, justificando que elas já contam com um certo nível de anticorpos neutralizantes. "Mas esse tipo de avaliação de efetividade na vida real mostra que há um ganho adicional com a segunda dose. É um ganho substancial contra as formas graves", acrescenta o pesquisador. Vacinação no Brasil Na terça-feira, o Ministério da Saúde informou que o Brasil já ultrapassou a marca de 320 milhões de doses de vacinas aplicadas contra a covid-19. Conforme os dados, 143 milhões de brasileiros, o equivalente a quase 68% da população, estão com ciclo vacinal completo. Além disso, 16 milhões já receberam a dose de reforço. De acordo com o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, com a vacinação foi possível reduzir em mais de 90% o número de óbitos e de casos de covid-19 no país, em comparação com o pico da pandemia, em abril deste ano. Segundo Queiroga, o Brasil tem atualmente o menor número de óbitos por covid-19 desde abril de 2020. le/lf (Agência Brasil, ots)

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