Boate Kiss: sobrevivente se especializou em prevenção de incêndio e casou com enfermeira que o atendeu

Um dos 636 sobreviventes da tragédia, Emanuel Pastl resinificou os acontecimentos e deu um novo rumo a sua vida profissional e pessoal

Aos 19 anos, em 2013, Emanuel Pastl vivenciava a tragédia da boate Kiss, em Santa Maria. Como um dos 636 sobreviventes, ele ficou 10 dias entubado por inalar fumaça tóxica, sofrer queimaduras de terceiro grau e lesões no pulmão; foi quando conheceu Mirélle Bernardini, enfermeira responsável por seus cuidados. Hoje, aos 27 anos, Emanuel é casado com Mirélle e eles têm uma filha de 2 anos.
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Na época do incêndio, Emanuel era estudante de Engenharia de Minas na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), em Porto Alegre, e estava de férias. Ele viajou à Santa Maria para visitar seu irmão gêmeo, Guilherme, e comemorar seus aniversários. Os irmãos escolheram a boate Kiss como o local de celebração.

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A casa noturna estava tão lotada que alguns colegas de Guilherme decidiram ir embora mais cedo ou buscaram a área de fumantes, na rua, para fugir do desconforto. No momento do incêndio, permaneceram apenas os irmãos, a namorada e cunhada de Guilherme, na época, e um amigo de infância deles.

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Com o início do incêndio, Emanuel e os demais acharam que estava havendo uma briga e, ao perceberem a real situação, correram para a saída de emergência, onde se desencontraram. Durante o julgamento que ocorreu nessa quarta, 1°, ele contou a sua história. "Do momento de saída mesmo, eu não me lembro. Eu me lembro de estar na rua, caminhando, alguns segundos assim. Eu acho que estava com pouco oxigênio na casa noturna, respirei um pouco fora, mas o momento específico de saída eu não me lembro. Dali a polícia já me levou para o hospital", narrou Emanuel ao júri.

Romance

Emanuel e Mirélle se conheceram após o incêndio da Kiss no hospital onde ele ficou internado.
Emanuel e Mirélle se conheceram após o incêndio da Kiss no hospital onde ele ficou internado. (Foto: Arquivo pessoal)

Emanuel conta que manteve contato com a enfermeira Mirélle por meio das redes sociais. "A gente começou a conversar, se apaixonar, a se encantar um pelo outro, e, quando ela voltou, a gente começou a namorar e casamos. Mas, em relação à Kiss, somos supertranquilos. Não tenho nenhum trauma, nem ela, por ter me atendido", conta.

Cinco anos depois da tragédia, em janeiro de 2018, Mirélle e Emanuel se casaram e hoje têm uma filha de 2 anos, Antônia.

Novos interesses

 

Emanuel decidiu dar um novo rumo a sua vida profissional: após concluir a faculdade de Engenharia de Minas, começou a trabalhar em uma empresa de proteção contra incêndios, o que o levou a se especializar em segurança do trabalho e segurança contra incêndio.

"O quanto foi minha decisão racional para seguir nesse ramo, eu não sei. Só sei que me encontrei nele. Não sei se é um dever, mas sigo nele. Não tive uma decisão racional: 'Vou fazer por causa da Kiss'. Não tive esse ímpeto. Foi uma oportunidade e estou dando meu melhor. Talvez uma vontade de Deus, que me empurrou para isso, não sei", explicou.

 

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