Relembre o caso da Boate Kiss: depois de 8 anos julgamento dos réus começa

A tragédia deixou mais de 600 pessoas feridas e causou a morte de outras 242.

A noite do dia 27 de janeiro de 2013 teria tudo para ser de alegria e comemoração para mais de 800 jovens no município gaúcho de Santa Maria, no Rio Grande do Sul. O destino era a Boate Kiss, que sediaria uma festa universitária chamada de “Agromerados”, marcando a formatura de cursos como Agronomia, Veterinária e outros, da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). No palco, se apresentava a Banda Gurizada Fandangueira. Durante o show, um dos integrantes disparou um artefato pirotécnico, atingindo parte do teto do prédio, que imediatamente pegou fogo. A partir desse momento, a tragédia que marcou a história do Brasil esteva prestes a ser anunciada.

Depois que o teto pegou fogo, o incêndio se alastrou rapidamente e 242 pessoas morreram. Naquele dia, mais de 600 saíram feridas do local. A casa estava lotada, com um número de jovens que variava entre 800 e mil pessoas, embora a boate tivesse capacidade para 690 pessoas. Nesta quarta-feira, 1º, começou o julgamento dos réus acusados pelo incêndio. 

Seja assinante O POVO+

Tenha acesso a todos os conteúdos exclusivos, colunistas, acessos ilimitados e descontos em lojas, farmácias e muito mais.

Assine

LEIA MAIS | Réus por incêndio na boate Kiss começam a ser julgados na quarta-feira

A cidade de Santa Maria possui cerca de 280 mil habitantes e a especulação feita é que existe cerca de uma vida perdida para cada mil habitantes. Com 8 anos e 11 meses da tragédia, as 242 pessoas mortas não foram esquecidas. 

Desde o incêndio, as famílias dos jovens mortos formaram uma associação e, todos os anos, no dia 27 de janeiro, eles relembram a tragédia. A esperança dos familiares e dos amigos das vítimas é que a tragédia não fique sem nenhuma solução.

"Esse julgamento é fruto do esforço dessas famílias que há quase 8 anos vêm lutando para que esse crime não fique impune. Para que a gente consiga colocar um fim à cultura de impunidade. [...] É como se esses meninos morressem todos os dias. O que eu percebo é que a falta de justiça dói tanto quanto a morte", diz Daniela Arbex, autora do livro Todo Dia a Mesma Noite, em entrevista à jornalista Renata Lo Prete.

O livro traz mais de 100 entrevistas com pessoas conectadas à tragédia. No dia 23 de novembro deste ano, a Netflix anunciou uma nova minissérie que leva o nome do livro e conta a história do incêndio na Boate Kiss. 

O julgamento

 

Depois de 8 anos e 11 meses, as responsabilidades serão apuradas. São réus Elissandro Callegaro Spohr, sócio da boate; Mauro Londero Hoffmann, também sócio; Marcelo de Jesus dos Santos, vocalista da Banda Gurizada Fandangueira, e Luciano Bonilha Leão, produtor musical.

O Tribunal do Júri será composto pelo Conselho de Sentença, formado pelo juiz Orlando Faccini Neto, titular do 2º Juizado da 1ª Vara do Júri da Comarca de Porto Alegre, e por sete jurados que serão escolhidos por meio de sorteio.

No processo criminal, os empresários e sócios da Boate Kiss respondem por homicídio simples (242 vezes consumado, pelo número de mortos; e 636 vezes tentado, número de feridos). Eles estão sendo julgados por um Conselho de Sentença, no Tribunal do Júri, no plenário das Varas do Júri da Comarca de Porto Alegre, junto ao Foro Criminal.

O júri será transmitido ao vivo pelo canal do TJRS no Youtube.

*Com informações da Agência Brasil e Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul

Dúvidas, Críticas e Sugestões? Fale com a gente

Tags

Julgamento do caso da Boate Kiss Boate Kiss Tragédia em Santa Maria Incêndio

Os cookies nos ajudam a administrar este site. Ao usar nosso site, você concorda com nosso uso de cookies. Política de privacidade

Aceitar