No Tocantins, escola "fantasia" crianças para Dia da Consciência Negra; coletivos repudiam prática racista
O ato de uma pessoa branca se vestir caricaturalmente como negra é uma prática racista, conhecida como "blackface"Um post nas redes sociais de um colégio na cidade de Gurupi, no sul do Tocantins, repercutiu negativamente na última semana. A escola publicou fotos de crianças que participavam de um evento do Dia da Consciência Negra. Um dos registros mostrava uma criança branca pintada com tinta preta e usando peruca fazendo alusão ao cabelo black power.
“Dia 20 de novembro comemora-se o Dia Nacional da Consciência Negra. E hoje nossos alunos vieram caracterizados para comemorarmos este dia tão importante e para refletirmos o quanto Deus nos tornou irmãos e que perante Ele, somos todos iguais. Me conta aqui nos comentários se você gostou da caracterização dos nossos alunos”, dizia o colégio na postagem.
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AssineAto de uma pessoa branca se vestir caricaturalmente como negra é uma prática racista, conhecida como "blackface", e movimentos negros publicaram notas de repúdio.
Após diversos comentários denunciando a situação, a postagem foi apagada. Horas depois o colégio publicou uma nota de esclarecimento.
Na nota, o Colégio Adventista informou que se tratava de uma caracterização e que não pintou ou estimulou a pintura corporal. A escola pediu desculpas, afirmando que o evento fazia parte do projeto pedagógico do Dia da Consciência Negra, e “em nenhum momento, os estudantes foram pintados ou estimulados a pintarem o rosto”.
Leia a nota na íntegra:
"A direção do Colégio Adventista de Gurupi esclarece que é contrário a todo e qualquer tipo de discriminação racial. O Colégio ressalta que o projeto pedagógico do Dia da Consciência Negra, realizado com as turmas do 4º e 5º ano, teve como objetivo valorizar a cultura negra e afrodescendente na escola e fora dela assim como promover a reflexão e resgate da identidade negra.
O Colégio incentivou os estudantes a celebrarem de forma livre esse importante dia com respeito e admiração pelas pessoas. Em nenhum momento, os estudantes foram pintados ou estimulados a pintarem o rosto.
O Colégio pede desculpas pela situação que se criou e se compromete a proporcionar mais momentos com discussão sobre o tema. Com isso, a ideia é contribuir para promoção de uma sociedade cada vez mais libre de preconceitos."
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