Como os animais de estimação podem ser aliados na manutenção da saúde mental?

Com o início do "Setembro Amarelo", a atenção para a prevenção de males mentais é redobrada; profissionais afirmam que os animais de estimação possuem um papel importante no processo

Há seis anos, o mês de setembro faz parte de uma campanha brasileira de prevenção ao suicídio e traz à tona a importância desses cuidados em diversos locais: Setembro Amarelo". Muito se fala sobre as formas mais conhecidas de prevenção, e os animais de estimação, os conhecidos "pets", podem fazer toda a diferença como aliados dela.

O estudo “Curadores naturais: uma revisão da terapia e atividades assistidas por animais como tratamento complementar de doenças crônicas”, de 2012, bem como outros estudos de mesma natureza, apontam que o contato direto com os pets estimula a produção e liberação de neurotransmissores, como a dopamina, ocitocina e serotonina, substâncias que ajudam na transmissão dos impulsos nervosos e desencadeiam as sensações de prazer, regulam o sono e produzem sentimentos de apego e afeição.

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De acordo com a médica veterinária da Mundo Pet, Carla Patrícia, "é possível notar o papel dos animais como apoio emocional, aliviando sintomas de diversos transtornos psiquiátricos". A veterinária afirma que, apesar de os animais não serem tratamento de doenças, eles exercem papéis coadjuvantes no processo. “Já está provado cientificamente que o ato de cuidar de um animal libera endorfinas semelhantes àquelas que uma mãe libera ao abraçar seu filho. Para cuidar de um pet, você sai da sua zona de conforto, faz caminhada, troca carinhos. Tudo isso faz com que a gente tenha uma sensação de bem-estar”, diz.

“Para crianças, os animais de estimação podem ajudar no senso de responsabilidade, cuidado e organização”, diz a psicóloga Marilia Barreira. Ela explica que, durante a pandemia de Covid-19, os cuidados de um animalzinho podem fazer com que a pessoa não se sinta sozinha, já que sua convivência social estará limitada. Em situações habituais, indivíduos com algum tipo de psicopatologia que têm dificuldade de sair de casa, por exemplo, podem considerar os pets aliados em seu tratamento.

A estudante de jornalismo Vitória Hellen, 20, conta que adotou o seu primeiro pet há oito anos, um gato chamado Max, que continua na família até os dias de hoje. Depois do Max, ela adotou mais duas gatas, Margot e Sammy. Para Vitória, os animais sempre estiveram presentes durante o seu crescimento. "Minha família sempre teve cachorro, passarinho, gato, pato, coelho etc. Então desde pequena eu sempre brincava com eles”, conta.

Vitória Hellen, que também faz terapia há cinco anos, relata que a profissional que a acompanha fala sobre como os animais ajudam na distração e a esquecer os problemas por um tempo. “Você saber que tem uma companhia, que não vai te abandonar, é muito importante. É como ter o amor da sua vida sentado ao pé da sua cama o tempo inteiro.”

Já para o estudante de Direito Gabriel Farias, 19, a interação com a sua cadela Champ foi um dos pontos fortes para que, durante o período de quarentena, seu dia a dia não fosse solitário. “Era muito comum passar boa parte do meu dia fazendo carinho nela, o ato de fazer cafuné é algo que nos deixa muito relaxados. Muitas pessoas acham que os animais não entendem nada, mas eles sabem ler o que estamos sentido, se estamos tristes, eles vão perceber”, conta. Ele ainda relata que a relação com Champ, seu primeiro e único animal de estimação, gerou muitos laços afetivos.

 

 

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