Casal é orientado a vestir do avesso camisa contra Bolsonaro para receber vacina

O professor Luiz Carlos de Oliveira e a pedagoga Dirlene de Oliveira receberam a segunda dose da vacina nesta segunda-feira, 12, mas somente depois de virar do avesso suas camisas contra o presidente

Para conseguir se vacinar contra a Covid-19, um casal de 61 anos foi orientado nesta segunda-feira, 12, a vestir do avesso camisas a favor do impeachment do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e da sucessão presidencial. A situação aconteceu no quartel do Corpo de Bombeiros na Barra da Tijuca, na zona oeste do Rio de Janeiro. As informações são do portal Folha de S.Paulo.

O professor Luiz Carlos de Oliveira e a pedagoga Dirlene de Oliveira vestiam a frase “A segunda dose da vacina nos livra da Covid-19. O que nos livrará dos ‘Bolsovírus’ será o impeachment ou o seu voto em 2022”. Os dois estavam na fila para receber a segunda aplicação da vacina quando um soldado os explicou que a “ordem do comando era de não vacinar quem estivesse com camisa, cartaz ou qualquer mensagem política”, disse Luiz Carlos.

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“Ele disse que a gente podia ir no banheiro e virar a camisa do avesso. Eu virei ali mesmo e minha esposa tirou a dela já que estava com outra por baixo. Na primeira vez também fiz a camisa e nos vacinamos normalmente, no mesmo lugar, com as mesmas pessoas. Pode parecer bobagem, mas vivi a ditadura [militar] e senti o mesmo cheiro no ar dos anos 1970, 1980”, acrescentou.

O professor se infectou com o coronavírus um mês antes de receber a primeira dose. Sua irmã e amigos precisaram ser intubados por conta da Covid-19. “O medo da pandemia e os efeitos do vírus são realmente devastadores. Só quem passa pela doença sabe. Para mim, está evidente que a vacina poderia ter chegado antes e em maior quantidade”, pontuou.

A secretaria municipal de Saúde do Rio de Janeiro afirmou que “repudia a atitude contra qualquer tipo de manifestação, desde que pacífica, no ato da vacinação”. “A secretaria já aplicou mais de 4,6 milhões de doses de vacinas contra Covid e, até o momento, não há qualquer tipo de queixa ou registro de censura em suas unidades, e trabalhará para que atitudes como essa nunca aconteçam”, explicou a autarquia em nota.

O Corpo de Bombeiros do Rio (CBMERJ) divulgou que seu comandante geral, coronel Leandro Monteiro, é a favor da liberdade de expressão e que o caso no quartel da Barra da Tijuca foi isolado. Segundo o órgão, uma sindicância será iniciada para apuração dos fatos.

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