Carla Zambelli apaga tweets em que mencionava a vacina Covaxin

As publicações apagadas faziam menção à Covaxin, vacina indiana em que a compra vem sendo investigada pela CPI da Covid. Os tweets foram recuperados pelo Projeto 7c0

20:22 | Jun. 26, 2021

As postagens apagadas mostravam que a deputada possuía informações de todos os procedimentos que envolveram a compra da vacina indiana (foto: Reprodução)

A deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP) apagou 12 tweets em que mencionava a vacina indiana Covaxin, a qual o processo de importação é investigado pela CPI da Covid por suspeitas de irregularidades e superfaturamento. A informação foi levantada pelo Projeto 7c0, responsável por monitorar mensagens apagadas de políticos em cargos públicos.

Segundo o portal Catraca Livre, em uma publicação feita no dia 3 de março, a deputada, que é forte apoiadora do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), anunciava que o atual governo tinha feito a compra de 20 milhões de doses da Covaxin.

Começando a listagem de tweets recuperados para a arroba CarlaZambelli38. Sumiram desde a nossa última checagem 12 tweets.

— Projeto 7c0 (@projeto7C0) June 26, 2021

URGENTE: @minsaude anuncia a compra de 20 milhões de doses da vacina Covaxin, fabricada pela indiana @BharatBiotech, que exporta vacinas para 123 países!

A previsão é que 8 milhões de doses cheguem j...

— Projeto 7c0 (@projeto7C0) June 26, 2021

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Em outro tweet, Zambelli enfatizava a autorização dada pela Anvisa para importação excepcional da Covaxin, além da vacina russa Sputnik V. As postagens mostram que a deputada possuía informações de todos os procedimentos que envolveram a compra da vacina indiana.

A @anvisa_oficial acaba de autorizar a importação excepcional e temporária de MAIS DUAS vacinas: a indiana Covaxin e a russa Sputnik V. A agência exigiu condicionantes para a aplicação.

O Governo @Ja...

— Projeto 7c0 (@projeto7C0) June 26, 2021

As publicações apagadas pela deputada levantam a possibilidade de clara tentativa de se desvincular das denúncias feitas pelo deputado federal Luís Ricardo Miranda (DEM-DF).

Em depoimento à CPI da Covid na sexta-feira, 25, Luís Miranda e seu irmão, o servidor da saúde Luís Ricardo Miranda, revelaram que alertaram Bolsonaro e o ex-ministro Eduardo Pazuello sobre indícios de irregularidades no contrato para a aquisição de 20 milhões de doses da vacina indiana Covaxin.

O presidente foi acusado de prevaricação pelo senador Omar Aziz (PSD-AM), presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), por não ter acionado os órgãos de controle para investigar um suposto esquema de corrupção envolvendo a compra da vacina indiana.