Rio: blocos de rua e escolas de samba concorrem a R$ 4 milhões

Começam hoje (26) as inscrições para escolas de samba e blocos de carnaval de todo o estado do Rio de Janeiro concorrerem aos recursos de dois editais lançados pela Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa para projetos de apresentações online. Serão disponibilizados no total R$ 4 milhões, com objetivo de minimizar os efeitos do cancelamento do carnaval deste ano e fomentar a atividade cultural, estimulando a cadeia produtiva do setor, além de gerar renda para profissionais da área. As inscrições se estenderão durante 30 dias.

Na avaliação do governador em exercício, Cláudio Castro, os editais pretendem dar uma ajuda extra para escolas de samba, blocos e profissionais que vivem do carnaval. “Infelizmente, a pandemia da covid-19 nos impediu de realizar o carnaval mais famoso do mundo. Esse momento é de apoiar a arte, a cultura e toda a cadeia produtiva que não conseguiu trabalhar em um momento tão difícil”, afirmou Castro.

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A secretária de Cultura, Danielle Barros, esclareceu que o carnaval tem importância cultural imensa para o estado. “Todos sabemos o quanto as pessoas ficaram tristes sem os desfiles. As apresentações vão ajudar as pessoas a matar um pouco a saudade da folia. É hora de vestir a camisa da escola ou do bloco e reviver a emoção da quadra, da pracinha ou da rua, mesmo assistindo pela internet”, sugeriu.

Comemoração

Para a presidente da Associação Independente de Blocos de Carnaval de Rua da Zona Sul, Santa Teresa e Centro da Cidade do Rio de Janeiro (Sebastiana), Rita Fernandes, a iniciativa do governo fluminense “é super bem-vinda nessa hora, porque a gente já não teve carnaval em 2021, a gente não está fazendo outras ações que os blocos normalmente fazem, como ensaios, oficinas, feijoadas, muita coisa presencial que pode ser feita”. Rita acrescentou que os músicos, ritmistas, mestres de bateria, costureiras dos blocos ficaram sem trabalho este ano.

“Esse edital vem para fazer uma reparação em relação também à não premiação dos blocos de rua e das escolas de samba na Lei Aldir Blanc”. Segundo Rita, foram premiados alguns blocos ou associações individualmente e algumas escolas, mas os critérios estavam confusos, porque não havia um edital específico que separasse o carnaval de outras linguagens. “Com isso, houve muita injustiça. O edital da Lei Aldir Blanc tinha que ser executado até março, justamente o período do carnaval”.

Na ocasião da lei, a Secretaria de Estado de Cultura tinha feito dois editais para festivais e circos. Os blocos pediram então que os editais fossem desmembrados também para o carnaval, “entendendo que era uma linguagem específica, que tinha muita demanda e a gente estava dentro do período de execução, que era o mais importante”, explicou Rita Fernandes. Assegurou que, com isso, a atividade do carnaval foi muito prejudicada. Ela não sabe, entretanto, se a verba disponibilizada vai conseguir atender a todos, porque se destina a escolas de todos os grupos e blocos de todo o estado, não somente da capital fluminense. “É um edital que vem reparar, parcialmente mas, nessa altura do campeonato, a gente comemora. Porque qualquer coisa que venha no sentido de ajudar essa cadeia produtiva, a gente tem que comemorar”.

Carnaval de 2022

A nova ação da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa deve contemplar 104 projetos, procurando reduzir a perda dos blocos e das escolas de samba, cujos desfiles tiveram que ser cancelados este ano em função da pandemia do novo coronavírus, com objetivo de evitar aglomerações e salvar vidas. A iniciativa pretende também contribuir para os preparativos para o carnaval de 2022.

As escolas de samba do Grupo Especial, vinculadas à Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa), terão direito a R$ 150 mil cada uma e podem, a partir do pagamento, realizar a escolha dos sambas-enredo e outros eventos virtuais. As agremiações filiadas à Liga das Escolas de Samba do Rio de Janeiro (Lierj) podem ser premiadas com R$ 40 mil cada, enquanto a verba para as escolas filiadas a outras ligas, incluindo escolas mirins, é de R$ 20 mil cada uma.

O segundo edital prevê auxílio para os blocos. Só podem participar os blocos vinculados a federações ou associações. Entidades que representem dez ou mais agremiações receberão R$ 100 mil. O valor para quem reúne entre cinco e nove blocos é de R$ 50 mil. Já as entidades com até quatro blocos têm direito a R$ 25 mil pelo edital. Pelas regras de distribuição das vagas do edital, 60% dos prêmios vão para organizações do interior e 40% para a capital.

Um dos principais critérios para ser contemplado nos editais é que os concorrentes não tenham recebido verba da secretaria nos últimos 12 meses, incluindo os editais da Lei Aldir Blanc. Isso significa que os blocos e escolas que tenham sido beneficiados com recursos da Lei Aldir Blanc não poderão entrar nesse edital. Outro quesito importante é comprovar a realização de desfiles em 2020. É imprescindível também estar adimplente com a secretaria e ter CNPJ registrado há pelo menos dois anos. Para concorrer, a entidade carnavalesca precisa acessar o sistema Desenvolve Cultura, disponível no site www.cultura.rj.gov.br. Vinte e cinco por cento dos recursos dos editais deverão ser destinados ao pagamento dos profissionais da cadeia produtiva do carnaval.

Lei Aldir Blanc

A Lei Aldir Blanc destinou R$ 3 bilhões para o setor cultural brasileiro. Desse total, o estado do Rio de Janeiro repassou pouco mais de R$ 104 milhões para os fazedores de cultura fluminenses. Foram pagos 1.699 rendas emergenciais no valor de R$ 3 mil cada e ainda seis editais de premiação para 2,4 mil projetos destinados a circos e pontos de cultura, além de instrumentos de fomento para companhias, espaços artísticos e grupos culturais.

A Secretaria de Estado de Cultura informou que os projetos carnavalescos já haviam sido beneficiados com cerca de R$ 5 milhões da Lei Aldir Blanc, distribuídos para 103 ações culturais.

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