Dr Jairinho passa a ser investigado por agressões a três crianças

As vítimas são filhas de ex-namoradas do médico, que está preso no Rio de Janeiro, suspeito de homicídio duplamente qualificado contra o enteado Henry Borel, de quatro anos

O médico e vereador da cidade do Rio de Janeiro, Dr Jairinho (sem partido), preso desde 8 de abril por suspeita de homicídio duplamente qualificado do enteado Henry Borel, de 4 anos, passa a ser investigado por agressões a mais duas crianças, filhas de ex-namoradas. Um dos casos teria acontecido com Enzo, filho de Débora Melo, que se relacionou com doutor Jairinho de 2014 a 2020. A terceira é uma menina, que teve as identidades dela e da mãe preservadas.

Ao depor para política a primeira vez, Débora Melo negou que o filho tivesse sofrido agressões. Mas ontem, 16, em um novo depoimento, ela afirmou que seu filho, à época com três anos, sofreu agressões do ex-companheiro.

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Segundo ela, a criança contou que Jairinho colocou um papel e um pano na boca dele e disse que ele não poderia engolir. O menino teria afirmado também que Jairinho o deitou no sofá da sala, ficou em pé no sofá e apoiou todo o peso do corpo no menino com o pé.

Em outra ocasião, o filho de Débora Melo relatou que Jairinho teria colocado um saco plástico em sua cabeça e ficou dando voltas com o garoto no carro.

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Fêmur quebrado

Em um terceiro momento, também narrado por Débora em seu depoimento à polícia, Jairinho teria insistido em levar a criança numa casa de festas. Depois ele ligou para ela, afirmando que o menino havia torcido o joelho.

Após realizar exames de raio-x em um centro médico, foi descoberto que o fêmur da criança havia sido quebrado. Ela disse estranhar o fato do filho não ter chorado em nenhum momento, diante de uma lesão tão grave, e que ficou apenas “acuadinho”.

A terceira investigação diz respeito a filha de outra ex-namorada, que pediu para não ter a identidade revelada. A menina, hoje com 13 anos, prestou depoimento em março na Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima (Dcav), no Rio de Janeiro.

De acordo com a mulher, a filha relatava ter passado por situações semelhantes as que as investigações indicam terem sido vividas por Henry. "Eu falava que ele estava vindo, aí ela passava mal, vomitava, me agarrava. Ou então pedia à minha mãe: 'Posso ficar com você, vó? Eu não quero ir, quero ficar aqui'”, disse ela, em entrevista ao Fantástico, da TV Globo, no último domingo, 11.

Importância das prisões

Para Antenor Lopes, diretor do Departamento-geral de Polícia da Capital (DGPC), as prisões de Jairinho e Monique Medeiros, mãe de Henry, foram importantes para que testemunhas revelassem novos fatos à 16ª DP, localizada na Barra da Tijuca.

Ainda conforme Lopes, o delegado Henrique Damasceno, responsável pelo caso, não decidiu se Monique deverá prestar um novo depoimento.

Até o momento foram ouvidas mais de 20 testemunhas. Algumas delas mudaram suas versões em novos depoimentos, alegando sentirem medo.

Henry Borel foi levado a um hospital na madrugada de 8 de março, onde foi atestada sua morte. Na autópsia foram identificadas várias lesões como hematomas nos membros superiores, infiltração hemorrágica na cabeça, contusão no rim à direita, dentre outros machucados.

Agressões narradas em tempo real

No entanto, as agressões contra Henry começaram antes do dia 8 de março. A polícia comprovou o histórico da violência sofrida pelo garoto após recuperar troca de mensagens entre Monique e Thayna Ferreira, babá da vítima.

Em 12 de fevereiro, durante troca de mensagens, Thayna narrou em tempo real para a Monique as agressões sofridas por Henry. Outra funcionária da casa de Jairinho afirmou ter visto a criança mancando após sair do quarto, onde ficou por cerca de dez minutos com o padrasto.

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