Arcebispo de Belém é acusado de abuso sexual; entenda as denúncias

As ocorrências teriam acontecido durante quatro anos, com seminaristas

O arcebispo de Belém, Dom Alberto Taveira Corrêa, é acusado de cometer assédio e abuso sexual contra seminaristas, usando de sua autoridade religiosa. As denúncias foram divulgadas no programa Fantástico, da TV Globo, nesse domingo, 3. O programa ouviu o depoimento de quatro ex-seminaristas. Advogado do arcebispo negou que o sacerdote tenha cometido os atos denunciados.

De acordo com as denúncias, os abusos e assédios teriam ocorrido entre 2010 e 2014, acompanhando os jovens dos 15 aos 18 anos, acontecendo de forma recorrente. Os denunciantes pediram para não se identificar. Um ex-seminarista, chamado de “Z” pela reportagem, explicou que os assédios sempre tinham início com conversas no quarto do arcebispo. "(As conversas) Eram sempre sobre sexualidade. O primeiro ponto que ele sempre tocava era da masturbação, era sobre toque, se eu sentia desejo, por quem sentia desejo”.

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Alguns denunciantes também alegam terem passado por toques íntimos. Como foi o caso do entrevistado denominado “X”, que contou como prosseguiram as conversas sobre sexualidade. “Perguntava muito sobre masturbação. Primeiro, mostrava no dedo dele. Como a gente fica muito constrangido, então sempre se muda de assunto. Em outro momento, retorna, até que ele pede para que você mostre. No meu caso, houve um momento em que ele, ele mesmo abaixou as minhas calças, porque eu estava perplexo, e tocou e também rezou".

Dom Alberto Taveira Corrêa postou vídeo nas redes sociais se defendendo “contra acusações de imoralidade”, sem citar claramente o teor das denúncias. “Digo a vocês que recebi com tristeza, a poucos dias a existência de procedimentos investigativos com graves acusações contra mim, sem que eu tenha sido previamente questionado ou ouvido, ou tido qualquer oportunidade para esclarecer esses pretensos fatos postos nas acusações”, explicou. O caso está sobre investigação da Polícia Civil e do Vaticano.

Assédio e o Vaticano

Em 2019, o papa Francisco assinou um documento que altera a forma com que a Igreja Católica lida com crimes de assédio, abuso ou pornografia infantil de suas autoridades religiosas.

O documento rompe o sigilo de casos de assédio sobre autoridades do clero, que antes eram investigadas diretamente pelo Vaticano. Com o fim do silêncio, os denunciados podem ser submetidos e estar a disposição da autoridades civis. Ao tomar a decisão, o Vaticano entendeu que o “sigilo profissional” não deve impedir “o cumprimento das obrigações estabelecidas em todos os lugares pelas leis estatais”.

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