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Falhas múltiplas levaram a apagão no Amapá, aponta relatório do ONS

Nas conclusões, o operador destaca que já iniciou os estudos, junto com a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), para propor uma solução definitiva para o atendimento do Estado
13:36 | Nov. 24, 2020
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Tipo Notícia

O blecaute que atingiu o Amapá na noite de 3 de novembro – e que ainda limita o atendimento de energia no Estado – está relacionado a uma “contingência múltipla” que afetou por completo o funcionamento da subestação de Macapá, onde um dos equipamentos explodiu em uma tempestade. É o que aponta o Relatório de Análise de Perturbação (RAP), elaborado pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), que registra um conjunto de falhas das usinas e da rede de distribuição que suprem o Estado.

A contingência múltipla mencionada na conclusão do relatório remete à comparação do blecaute no Amapá à queda de um avião comercial - tragédia que não é determinada por apenas um fator, mas pela combinação de vários. O exemplo foi usado num primeiro momento pelo comando da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para explicar o ocorrido. As informações são do Valor Econômico (Folha de S.Paulo).

Nas conclusões, o operador destaca que já iniciou os estudos, junto com a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), para propor uma solução definitiva para o atendimento do Estado. “O ONS e a EPE estão avaliando possíveis alternativas para a ampliação da confiabilidade do atendimento às cargas de Macapá atualmente supridas pela SE Macapá e pela UHE Coa."

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Na madrugada de ontem, novas panes no sistema de fornecimento de energia do Amapá foram registradas. Moradores de bairros da capital registraram uma sequência de curtos-circuitos em postes da CEA, que confirmou a autenticidade das imagens divulgadas nas redes sociais. As falhas ocorreram dois dias após a visita do presidente Jair Bolsonaro, que fez a entrega oficial de geradores e assinou medida provisória para garantir o benefício de isenção na conta de luz dos amapaenses.

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Principal entrada de energia

 

A subestação instalada na capital é a principal entrada da energia no Estado. A concessionária Linhas de Macapá Transmissora de Energia (LMTE) pertence à Gemini Energy que, por sua vez, é controlada pelos fundos de participação Starboard e Perfin. O grupo assumiu o empreendimento no fim do ano passado, após reestruturação do grupo espanhol Isolux Corsán.

Procurada pelo Valor, a Gemini Energy não quis comentar o assunto. A empresa, apesar de ser responsável pela operação e manutenção da rede, está apoiada nos comunicados enviados ao ONS sobre as condições nas quais recebeu a linha e sobre o plano de manutenção e troca de equipamentos que assumiu da Isolux. A subestação operou conforme critério de segurança denominado N-1, que não tem corte em caso de falha no equipamento.

No relatório, o ONS reconhece que a subestação de Macapá operava somente com dois dos três transformadores no momento do blecaute. Com isso, a rede funcionava sem o equipamento de backup por problema com o transformador TR2.

Agora, a análise do operador do sistema elétrico brasileiro demonstra que foi detectado, depois do blecaute, um problema de “bucha danificada” em um dos dois transformadores em operação, o TR3. O relatório indica que foi justamente a explosão de uma bucha como essa que levou à indisponibilidade do TR2 no fim de 2019.

Questionado pelo Valor sobre o teor do relatório, o ONS se limitou a responder que trabalhou com agilidade para formular a minuta do documento no menor prazo possível.

Com isso, o operador informou que foi possível reduzir o prazo de 15 para cinco dias úteis contados a partir da primeira reunião com as autoridades do setor para tratar das causas do blecaute. A Aneel não quis comentar.

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