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"Ele pediu: Milena, me ajuda", diz esposa de João Alberto, homem negro assassinado em Carrefour de Porto Alegre

A declaração de Milena foi dada em entrevista à Rádio Gaúcha na manhã desta sexta-feira, 20. A investigação trata o crime como homicídio qualificado.
14:24 | Nov. 20, 2020
Autor Redação O POVO
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Tipo Notícia

 

Milena Borges Alves, esposa de João Alberto Silveira Freitas, homem negro espancado até a morte em um Carrefour de Porto Alegre na noite de quinta-feira, 19, disse que tentou ajudar o marido, mas foi impedida pelos seguranças. "Eu estava pagando no caixa, daí ele desceu na minha frente, quando eu cheguei lá embaixo ele já estava imobilizado. Ele pediu ‘Milena, me ajuda’, quando eu fui, os seguranças me empurraram", disse Milena.

A declaração de Milena foi dada em entrevista à Rádio Gaúcha na manhã desta sexta-feira, 20. As informações são do portal G1.

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"O João Alberto era uma pessoa brincalhona, que estava sempre brincando (...), era assim o jeito dele. Estava sempre com o gato dele, gostava do gatinho dele", conta Milena.

João Alberto Silveira Freitas, de 40 anos, foi espancado e morto por dois homens brancos na véspera do Dia da Consciência Negra. 

Ele fazia compras com a esposa quando teria feito um gesto para uma fiscal de caixa. Ela chamou a segurança e ele foi levado para fora do mercado, quando começaram as agressões. João foi agredido em uma unidade do supermercado Carrefour. As imagens da agressão foram gravadas e circulam nas redes sociais.

Mais sobre o crime

 

Os dois suspeitos, um de 24 anos e outro de 30 anos, foram presos em flagrante. Um deles é policial militar e foi levado para um presídio militar. O outro é segurança da loja e está em um prédio da Polícia Civil. A investigação trata o crime como homicídio qualificado.

A Brigada Militar, como é chamada a Polícia Militar no Rio Grande do Sul, informou que o espancamento começou após um desentendimento entre a vítima e uma funcionária do supermercado, que fica na Zona Norte da capital gaúcha. A vítima teria ameaçado bater na funcionária, que chamou a segurança.

O Carrefour informou, em nota, que lamenta profundamente o caso, que iniciou rigorosa apuração interna e tomou providências para que os responsáveis sejam punidos legalmente.

A rede, que atribuiu a agressão a seguranças, também chamou o ato de criminoso e anunciou o rompimento do contrato com a empresa que responde pelos funcionários agressores.

Também em nota, a Brigada Militar informou que o PM envolvido na agressão é "temporário" e estava fora do horário de trabalho.

Segundo o comunicado, as atribuições dele na corporação são limitadas à "execução de serviços internos, atividades administrativas e videomonitoramento" e "guarda externa de estabelecimentos penais e de prédios públicos". A Brigada não informou o que ele fazia no mercado.

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