Brasil sobe quase 10% em emissões de gases de efeito estufa em 2019

De acordo com relatório, o crescimento das emissões em 2019, primeiro ano do governo Bolsonaro, foi puxado pelo desmatamento na Amazônia

No primeiro ano do governo Bolsonaro, 2019, as emissões de gases de efeito estufa (GEE) subiram 9,6%. Foram 2,17 bilhões de toneladas brutas de dióxido de carbono equivalente (tCO2e) expelidas na atmosfera pelo Brasil, contra 1,98 bilhão em 2018. No mesmo ano, a Secretaria de Mudança do Clima e Florestas, do Ministério do Meio Ambiente (MMA), foi extinta e os planos de prevenção e controle do desmatamento (PPCDAm e PPCerrado), engavetados.

Os dados são do Sistema de Estimativas de Emissões de Gases de Efeito Estufa (Seeg). De acordo com o relatório, o desmatamento na Amazônia é o principal responsável pelo aumento das emissões: a quantidade de GEEs do setor de mudança de uso da terra subiu 23% em 2019, atingindo 968 milhões de tCO2e — contra 788 milhões em 2018.

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Uso da terra é a forma que a terra está sendo aproveitada, ou seja, se é para área urbana, pastagens, florestas, locais de mineração, entre outros. Nesse sentido, o desmatamento respondeu por 44% do total das emissões do País no ano passado, indo na contramão do estabelecido nas metas ambientais brasileiras.

O Decreto 9.578, de 2018, determinou que o Brasil deveria chegar a 2020 com emissões brutas máximas de 2,068 bilhões de toneladas de CO2e. O Seeg calcula 2,17 bilhões. Já a Política Nacional sobre Mudança do Clima (PNMC), de 2009, projetava reduzir o desmatamento na Amazônia em 80% para 2020, comparado à média entre 1996 e 2005. 

“Em 2020, dados do sistema de alertas Deter, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), que carregam uma subestimativa média de 50% em relação aos dados oficiais do sistema Prodes, já apontavam um desmatamento de pelo menos 9.126 km², mais do que o dobro da meta da PNMC, de 3.925 km²”, afirma o relatório.

PA, MT, SP e AM são os estados que mais emitem GEEs

 

Pela primeira vez, o Amazonas configura entre os quatro estados que mais emitem GEEs no Brasil. Em 2019, o Pará (18,4% do total), Mato Grosso (10,6%), São Paulo (6,9%), Amazonas (6,8%) e Minas Gerais (6,7%) foram os principais emissores brasileiros.

Nos estados nortistas, é o setor de mudança de uso da terra que impulsiona o crescimento, enquanto a agropecuária e o setor de energia (especialmente o transporte) têm influência significativa em SP, MT e MG. O relatório ainda aponta, para Minas Gerais, as emissões oriundas do gado de leite.

 

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