Dono de hamburgueria diz que cliente proibiu entrada de entregador em condomínio de luxo por ele ser negro
"Não vou permitir esse macaco", disse moradora por mensagem. Gerente se recusou a continuar o atendimento após respostas e deve registrar o caso na políciaO dono de uma hamburgueria de Goiânia denuncia que uma cliente de um condomínio de Luxo na cidade não deixou o entregador da empresa entrar onde ela mora por ele ser negro. Nas mensagens enviadas por um aplicativo, a mulher escreveu que deveriam mandar um motoboy que fosse branco: “Eu não vou permitir esse macaco”. O comerciante disse que vai registrar o caso na Polícia Civil. As informações são do portal G1.
O nome da cliente não foi divulgado, pois eles esperam que a investigação aponte se as mensagens foram enviadas realmente pela cliente ou se foram respondidas por outra pessoa como forma de prejudicar a moradora do condomínio.
O caso aconteceu na noite de domingo, 25. A equipe da hamburgueria entrou em contato com a cliente, por meio de mensagem, para pegar a quadra e o lote exatos, pois o endereço não estava completo. Na conversa, quando a gerente pede para a moradora autorizar a entrada do entregador, ela se recusa. “Esse preto não vai entrar no meu condomínio. Mandar outro motoboy que seja branco”, escreve a mulher.
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AssineA gerente se nega. Em seguida, a moradora chama o entregador de macaco. Diante das mensagens, a gerente diz que não é tolerado o racismo na sanduicheria e que o pedido não será entregue. “Adeus. Não uso restaurante judaico”, finalizou a cliente na mensagem. O nome da cliente não foi divulgado e o G1 não conseguiu localizá-la para que se posicione sobre a denúncia.
Processo
O dono da hamburgueria, Éder Leandro Rocha, disse que o caso será registrado na Polícia Civil nesta terça-feira, 27. O nome da cliente não foi divulgado, pois eles esperam que a investigação aponte se as mensagens foram enviadas realmente pela cliente ou se foram respondidas por outra pessoa como forma de prejudicar a moradora do condomínio. “Foi a primeira vez que teve um caso assim. No início, achamos que pudesse ser um trote. Nós ficamos muito sem reação, sem saber como falar para nosso entregador na porta o que tinha acontecido. Mas a gente acabou tendo que contar. Ele ficou o resto da noite triste”, disse o dono do estabelecimento.
O proprietário contou ainda que, após registrar o caso na polícia, vai comunicar o caso ao aplicativo de entregas. Ele também disse que filmou a conversa no aplicativo como forma de guardar provas sobre o caso. “A gente só divulgou porque esses atos não podem ficar impunes”, afirmou.
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