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"O que eu posso fazer? Negar", diz ex-global Marcius Melhem, acusado por 12 pessoas de assédio

Ex-ator e diretor de humor, Marcius foi desligado do cargo e da emissora em março deste ano
20:46 | Out. 24, 2020
Autor Wanderson Trindade
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Wanderson Trindade Repórter
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Tipo Notícia

O humorista Marcius Melhem foi às redes sociais na tarde deste sábado, 24, para se defender de acusações de assédio. Ex-ator da Globo, o comediante tem sido apontado por assediar funcionários enquanto era diretor do departamento de humor da emissora.

Desligado do cargo e da Globo em março deste ano, Marcius foi denunciado por assédio moral ainda em 2019 pelas atrizes Dani Calabresa e Maria Clara Gueiros.

Agora, na coluna da jornalista Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo, a advogada criminalista Mayra Cotta afirmou que representa 12 pessoas que alegam assédio sexual e moral por parte do ex-participante de programas como “Zorra”, “Escolinha do professor Raimundo” e “Tá no ar: a TV na TV”.

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Na condição de confidenciar os nomes de seus clientes, ela informa que são seis vítimas e seis testemunhas contra Marcius.

Marcius Melhem foi ao Twitter comentar as acusações contra ele
Marcius Melhem foi ao Twitter comentar as acusações contra ele (Foto: Reprodução / TV Globo)

Questionada sobre as condutas do ator que motivaram as denúncias, a advogada contou que Melhem se valia “de sua posição para tentar usar o poder que tinha de contratar ou demitir para as constranger (as vítimas) a se envolver com ele”.

“Houve um comportamento recorrente, de trancar mulheres em espaços e as tentar agarrar, contra a vontade delas. De insistir e ficar mandando mensagem inclusive de teor sexual para mulheres que ele decidia se iam ser escaladas ou não para trabalhar, se ia ter cena ou não para elas. De prejudicar as carreiras de mulheres que o rejeitaram. De ficar obcecado, perseguindo mesmo. Foi um constrangimento sistemático e insistente, muito recorrente”, contou Mayra Cotta.

“O que eu posso fazer? Negar”

Diante de tais acusações, o próprio Marcius Melhem foi ao Twitter e questionou sobre o que poderia fazer. “Culpados e inocentes dizem a mesma coisa. Por isso qualquer coisa que eu diga pode soar falsa de cara”, começou.

“Mas preciso falar e com o tempo mostrar minha sinceridade no que vou dizer aqui. Estou disposto a reconhecer meus erros, pedir desculpas e, se possível, reparar pessoas que eu tenha de qualquer forma magoado. Quero enfrentar isso com verdade e humanidade e me expor se for preciso”, escreveu.

Entre os responsáveis por pautar temas politizados nos programas de humor nos últimos anos, como o feminismo, Melhem diz ter orgulho por utilizar o “humor como um instrumento contra o preconceito”.

“Mas mesmo abraçando profissionalmente a causa feminista, ainda combato o machismo dentro de mim. Erro, posso ter relações que magoam. Tento melhorar e aprender. E queria muito falar sobre isso. Mas diante de acusações tão graves que de forma alguma cometi, o que eu posso fazer? Negar”, pontuou.

“A Globo não tolera comportamentos abusivos”

A coluna da jornalista Mônica Bergamo publicou, também neste sábado, 24, nota da TV Globo sobre o caso. A emissora informa que “não comenta assuntos da área de compliance” – que é o conjunto de disciplinas a fim de cumprir e se fazer cumprir normas legais e regulamentares no âmbito institucional.

“A Globo não tolera comportamentos abusivos em suas equipes e, neste sentido, mantém um canal aberto para denúncias de violação às regras do Código de Ética do Grupo Globo”, comunicou.

A empresa ainda complementou: “Somos muito criteriosos para que os estilos de gestão estejam adequados aos comportamentos e posturas que a Globo quer incentivar e para que as medidas adotadas estejam de acordo com o que foi apurado. Não foi diferente nesse caso".

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