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Rayka Vieira é a primeira mulher trans a disputar o Miss Brasil Mundo

Ela conta que, para ela, ser miss é muito mais do que ser bonita, é ser uma mulher que abraça todas as causas sem distinção, com amor e determinação, que usa sua voz pelo bem, e que por meio da visibilidade pode ajudar várias pessoas
20:08 | Set. 11, 2020
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A modelo Rayka Vieira Santos, 25, se tornou a primeira mulher transexual a concorrer ao Miss Brasil Mundo, após 60 anos de concurso. A candidata já conseguiu o título de Miss Centro Goiano CNB 2020/2021, mora em Anápolis (GO) e conta que já se considera vitoriosa por poder participar do concurso de beleza, e fazer parte do Miss Brasil é importante para compartilhar sua história e encorajar outras mulheres transexuais que queiram passar pela experiência.

Ela conta que, para ela, ser miss é muito mais do que ser bonita, é ser uma mulher que abraça todas as causas sem distinção, com amor e determinação, que usa sua voz pelo bem, e que por meio da visibilidade, pode ajudar várias pessoas. Ela afirma que gostaria de usar o título para deixar uma mensagem de coragem e força para as pessoas que cruzarem o seu caminho.

De acordo com ela, se tornar miss é um sonho antigo, que só recentemente começou a se tornar uma realidade próxima. Modelo há seis anos, ela via algumas amigas participando de concursos de beleza, e imaginava se um dia poderia competir também. Ela diz que sonhava em participar de um concurso nacional, mas não imaginava que um dia poderia participar de um concurso regional, mas não imaginava que poderia participar de um nacional. “Hoje estou muito feliz, cheguei no inimaginável”, afirmou à imprensa.

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Ela conta que o lema do concurso é Beleza do Bem, e comenta que só em participar já tem oportunidades de ter voz para representar mulheres transexuais e desenvolver um projeto voltado para o público LGBTQI+. De acordo com a modelo, as pessoas podem ter um olhar diferente, podem nos ver e saber que existimos e que podemos estar em todos os lugares. Ela afirma que gostaria de fazer um projeto especial, pois afirma sentir essa dor, e quer ajudar jovens a terem tratamentos especializados.

Por conta da pandemia de coronavírus, a competição, que aconteceria em outubro, foi adiada para março do próximo ano, e será em Alagoas. A candidata explicou que isso implicou nas suas rotinas de atividade física, os procedimentos estéticos planejados, e também sua alimentação. A modelo afirma que além de retomar esses cuidados, precisa focar em um projeto social e se preparar psicologicamente, pois sabe que sofrerá muitas críticas.

Ela afirma que nos próximos seis meses pretende focar em seu projeto social e se preparar bem, incluindo sua parte psicológica. Ela diz que os ataques, principalmente na internet, são muitos. Ela inclusive já viu uma postagem em que um pastor disseminava ódio contra ela em redes sociais. “Preciso, além do físico, preparar minha mente. Ser miss é isso”.

Ela conta que com 15 anos, começou a sua transição. Ela relatou que na infância, chorava ao cortar os cabelos, e não se sentia bem com roupas masculinas. Ela conta que recebeu muito apoio da mãe após conversas e conhecimento. Já o pai, passou oito anos sem falar com ele, por ele ter outra família. Hoje, a situação foi superada e ela fala que  “é só amor e respeito”.

Ela afirma que muitas mulheres transexuais ainda demonstram resistência por temerem os ataques preconceituosos. Ela afirma que geralmente as mulheres transexuais precisam provar o tempo todo o quanto são boas, e qualquer deslize, fazem com que elas virem motivos de piada e chacota. “O recado que quero deixar para vocês é não tenham medo, vivam o sonho de vocês e não os dos outros. Milhares de pessoas vão apoiar vocês, pois o amor sempre vence”.

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