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Vaticano sabia de denúncias contra padre Robson antes do início das investigações

A entidade máxima da Igreja Católica soube através de religiosos das supostas irregularidades cometidas pelo sacerdote
13:33 | Ago. 26, 2020
Autor Redação O POVO
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O Vaticano já sabia e acompanhava de perto as denúncias contra o padre Robson de Oliveira Pereira, fundador e presidente da Associação dos Filhos do Pai Eterno (Afipe), antes mesmo das denúncias chegarem aos órgãos competentes. De acordo com informação da Polícia de Goiás repassada ao portal G1, a entidade máxima da Igreja Católica soube das supostas infrações por meio de relatos de religiosos, mas não disse se iniciou alguma investigação interna.

Instaurado pelo Ministério Público de Goiás, o processo apura irregularidades na Afipe, entidade ligada à administração do Santuário Basílica de Trindade, na Região Metropolitana de Goiânia. O órgão estadual afirma que o padre se beneficiava do recurso da associação. Ele administra entidades que recolhem aproximadamente R$ 20 milhões mensais em doações.

Em três anos de investigações, foram rastreados mais de 1,2 mil transações suspeitas nos últimos 10 anos. O padre declara não ter conhecimento sobre essas transações e defendeu que os fatos sejam apurados. Há suspeitas de desvio de doações dos fiéis e a compra e venda de imóveis como casas, apartamentos e fazendas em diferentes estados. O uso de laranjas e empresas de fachada foi uma estratégia usada pelos investigados para dificultar o rastreamento do dinheiro, de acordo com a juíza Placidina Pires, do Tribunal de Justiça de Goiás.

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Na tarde de sexta-feira, 21, o padre pediu afastamento das funções do Santuário Basílica do Divino Pai Eterno e da Afipe. "Não existe nenhuma má intenção, atividade criminosa [nas negociações investigadas]. São números altos? São. Números altos me condenam? Não. Tudo que a Afipe faz é dentro da regra e da lei", declarou o padre em entrevista ao programa "Fantástico", da TV Globo.

Segundo o Ministério Público, as movimentações financeiras analisadas na investigação somam R$ 1,7 bilhão. A Afipe, porém, afirmou à revista Época que todos os negócios da associação, como a compra e venda de imóveis, não apresentam irregularidades e foram utilizados como investimentos para serem revertidos às atividades religiosas da entidade.

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