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Líder indígena, cacique Raoni tem quadro "estável" após ser internado no Mato Grosso

O líder indígena se sentiu mal há dois dias e foi levado a hospital de Colíder, a 648 km de Cuiabá. Ele testou negativo para a Covid-19
19:16 | Jul. 18, 2020
Autor AFP
Tipo Notícia

O cacique Raoni Metuktire, figura emblemática da resistência indígena no Brasil, foi internado neste semana com um quadro de desidratação, mas deu negativo para Covid-19 e se encontra "estável", informou neste sábado, 18, a ONG francesa Planète Amazone.

O lider indígena mundialmente conhecido "começou a ficar doente há 15 dias, com febre, diarreia e vomitando" e, "há dois dias, foi levado de avião de sua aldeia até o hospital de Colíder", a 648 km de Cuiabá, no Mato Grosso, explicou à AFP Gert-Peter Bruch, presidente da ONG, que coordena a atividade internacional do cacique.

De início, acreditou-se na possibilidade do cacique ter contraído o novo coronavírus, mas o teste de detecção da doença deu negativo. O líder indígena se encontra "estável" e recuperou o apetite, de acordo com Bruch, que explicou que o chefe da etnia Kayapó, com mais de 90 anos de idade, ficou debilitado após a morte da esposa, no fim de junho. O falecimento da esposa, vítima de um derrame cerebral, "afetou muito o ânimo" do cacique Raoni, descreveu.

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Famoso pelos coloridos cocares de plumas e o grande disco inserido no lábio inferior, Raoni viajou o mundo nas últimas décadas para aumentar a consciência sobre a ameaça que a destruição da Amazônia representa para os povos indígenas.

Desde que o presidente Jair Bolsonaro assumiu o poder, em janeiro de 2019, Raoni redobrou as denúncias de ataques contra os povos nativos do Brasil. Em entrevista recente concedida à AFP, Raoni afirmou que Bolsonaro quer "se aproveitar" da pandemia para impulsionar projetos que ameaçam os povos indígenas, que têm um histórico de vulnerabilidade a doenças externas.

Mais de 16.000 indígenas foram contaminados e 535 morreram por causa do novo coronavírus no Brasil, segundo a Articulação de Povos Indígenas do Brasil (APIB). Os dados causam temor entre os cerca de 900.000 indígenas que vivem em diferentes regiões do Brasil.

Outro líder indígena emblemático do país, o chefe Paulinho Paiakan, morreu em junho depois de ser contaminado pelo coronavírus. Mais de dois milhões de pessoas foram contaminadas e mais de 77.000 faleceram em decorrência da doença no Brasil.

 


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