Sisu 2020.2: edital ainda não foi lançado pelo MEC, mesmo com inscrições previstas para começar nesta terça-feira, 16

A indefinição acontece em meio a polêmicas envolvendo o titular da pasta, Abraham Weintraub, que tem a saída do cargo dada como certa

10:03 | Jun. 16, 2020

Em maio, Weintraub divulgou as datas dos períodos de inscrição do Sisu, Prouni e Fies, relativas ao segundo semestre de 2020 (foto: Reprodução/Twitter)

As inscrições da segunda edição do Sistema de Seleção Unificada (Sisu) 2020 estavam previstas para começar nesta terça-feira, 16, mas o edital ainda não foi divulgado. O Sisu é um dos principais programas de acesso ao ensino superior do Ministério da Educação (MEC). A indefinição acontece em meio a polêmicas envolvendo o titular da pasta, Abraham Weintraub, que tem a saída do cargo dada como certa

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O edital é o documento oficial que detalha o cronograma e demais procedimentos relativos ao Sisu. No caso da primeira edição do Sisu 2020, o edital foi lançado ainda em novembro de 2019, com as inscrições previstas para começar em janeiro deste ano.

Em maio, Weintraub divulgou as datas relativas ao segundo semestre deste ano dos períodos de inscrição do Sisu, do Programa Universidade para Todos (ProUni) e do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies), os três programas do governo que possibilitam acesso a vagas em instituições de nível superior.

Em maio, Weintraub divulgou as datas dos períodos de inscrição do Sisu, Prouni e Fies, relativas ao segundo semestre de 2020 (Foto: Reprodução/Twitter)

Na manhã desta terça-feira, 16, o Sisu estava entre os assuntos mais comentados do Twitter, com reclamações de vários estudantes sobre a ausência de um esclarecimento do MEC acerca da não divulgação do edital.

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A youtuber Débora Aladim, conhecida por suas videoaulas sobre História, cobrou o Ministério pelo edital e relembrou a importância do Sisu para o ingresso no ensino público superior. "Não sei se vocês estão entendendo a gravidade da situação. O mundo em colapso e o MEC tentando fingir normalidade marcou para amanhã o Sisu, que é o processo seletivo no qual a maioria das universidades do Brasil seleciona seus alunos ", escreveu ainda ontem, 15.

Nao sei se voces tao entendendo a GRAVIDADE da situação

O mundo em colapso e o mec tentando fingir normalidade marcou p AMANHÃ o sisu, que é o processo seletivo no qual a maioria das universidades do brasil seleciona seus alunos

E na véspera ta fingindo demência!
#cadeosisu2

— Débora Aladim #AdiaEnem (@DedaAladim) June 15, 2020



Prouni e Fies ainda estão com processo seletivo em aberto

Apesar da divulgação do calendário de meio de ano, os processos seletivos do Prouni e Fies do primeiro semestre de 2020 ainda não foram concluídos em decorrência da pandemia de coronavírus e paralisação das atividades presenciais nas instituições de ensino de todo o País.

O Prouni, programa de bolsas de estudo, prorrogou por tempo indeterminado prazo para apresentação dos documentos daqueles que estão na lista de espera. Já o Fies, programa de financiamento estudantil do governo, prorrogou o prazo para validação dos contratos realizados no primeiro semestre desse ano.

Ministro deve deixar pasta

Em meio ao impasse sobre os programas de seleção mais importantes da pasta, a saída do ministro da educação, Abraham Weintraub, é dada como certa. De acordo com informações passadas nesta segunda-feira, 15, pela colunista Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo, uma pessoa próxima ao presidente teria comunicado aos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) que o chefe da pasta estaria com "os dias contados" no governo

Abraham está sendo investigado no inquérito das Fakes News e se envolveu em polêmica contra o Supremo durante reunião ministerial realizada no dia 22 de abril. Na ocasião, o ministro afirmou que colocaria todos os políticos corruptos na cadeia, "começando no STF". De acordo com a coluna de Bergamo, informantes garantiram ainda que Weintraub corre o risco de ser preso caso continue atacando a instituição.

Ainda ontem, o governo do Distrito Federal multou Weintraub, em R$ 2 mil por ele não usar máscara durante um protesto de apoio ao governo Bolsonaro no domingo, 14, em Brasília. 

com informações da Revista Quero