"É instintivo do ser humano ter um pouco de racismo", diz influencer

A influencer Luisa Nunes ganhou mais de 3 mil seguidores desde que iniciou as postagens consideradas racistas. Horas depois, ela apagou a postagem, dizendo não ser racista e dizendo que foi "infeliz no jeito" que falou

A influenciadora digital Luisa Nunes afirmou que “racismo é algo natural, um instinto de defesa” para seu público de seguidores de mais de 50 mil pessoas. A frase foi dita no posicionamento público de Luísa sobre o caso os protestos contra violência policial por motivos racistas nos Estados Unidos. O movimento começou após o assassinato de George Floyd, morto sufocado pela polícia durante uma abordagem em Minneapolis.

Luisa comenta sobre a repercussão do caso em seu Instagram e destaca a hashtag #blakouttuesday, movimento digital na qual as pessoas estavam postando imagens pretas em suas redes sociais como forma de expressar a indignação diante de dos atos racistas. O movimento foi chamado de “palhaçada” pela influencer, que afirmou que "pessoas inteligentes não participariam de tais manifestações".

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“O racismo existe e vai existir enquanto a maior quantidade de crimes for causada pela população negra”, continua a influenciadora de comportamento, que mora nos Estados Unidos. Ela, então, se comparou a uma pessoa que descobre um câncer e que, segundo ela, passa a naturalmente ter medo de morrer. Segundo a influencer, esta medo é o mesmo que ela passa ao se deparar com pessoas negras na rua. “Uma coisa natural, um instituto de defesa da gente”, completa.

Luisa diz que suas afirmações são baseadas nas “estatísticas e evidências do mundo que vivemos”, onde, segundo ela, a maioria dos crimes são cometidos pela população negra. Ela afirma que enquanto isso for verdade, o racismo vai continuar existindo. “É instintivo do ser humano ter um pouco do que a gente chama de racismo”, pontuou.

“Essa é minha forma de pensar, uma forma racional, baseada nas estatísticas e no mundo que a gente vive”, justificou. Embora ressalte tais estatísticas, em nenhum momento a influenciadora apresenta dados, pesquisas ou estudos científicos que comprovem seu posicionamento, ou mesmo inclui o contexto de exclusão social, pobreza ou o histórico de escravidão da população negra. Luisa tem afirmado desde ontem, 3, que muitas pessoas estão “invertendo valores” ao criticar a ação da polícia. “É preciso ver os dois lados da história”, afirma, reclamando não ter ouvido relatos dos policiais acusados de assassinar George Floyd.

Desde que passou a criticar o movimento que busca o fim da violência racial, Luisa bloqueou a opção de comentários de suas redes sociais e ganhou mais de 3 mil seguidores.

Algumas figuras públicas repercutiram as declarações de Luisa, como o ativista pelo movimento negro, Levi Kaique Ferreira e a chef Paola Carosella. Um movimento de denúncias contra o perfil da influencer foi montado nas redes sociais.

Por volta das 16 horas desta quinta-feira, 4, ela apagou as postagens sobre o assunto, pediu desculpas e se retratou. Ela disse ainda que stories dela foram republicados em outros meios sem a contextualização adequada. “Eu os deletei porque fui muito infeliz no jeito que falei. Eu não sou racista e não defendi movimentos racistas”, completou em seu perfil no Instagram.

Essa não é a primeira polêmica envolvendo a influencer, em abril deste ano ela afirmou: “Para mim, sexo no casamento é na frequência que o homem quer. É a coisa mais fácil do mundo para a mulher fazer sexo”, levantando discussões sobre estupro matrimonial.

Confira parte das declarações da influenciadora:

[Alerta de gatilho - Racismo]


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