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Anfarmag orienta população sobre os perigos da automedicação; confira entrevista

O farmacêutico Marco Fiaschetti explica que, até agora, a ciência não comprovou um remédio que trate ou previna o coronavírus, e esclarece possíveis problemas que a automedicação pode causar
19:03 | Mai. 11, 2020
Autor Luana Façanha
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Luana Façanha Social media do O POVO.
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Tipo Notícia

Muitas pessoas estão em busca de medicamentos, suplementos e vitaminas que possam proteger a imunidade devido à pandemia de coronavírus. Segundo a Associação Nacional de Farmacêuticos Magistrais (Anfarmag), com base em levantamento da Consultoria IQVIA, houve um aumento nas vendas principalmente de ácido ascórbico (vitamina C), de 198,23%; de paracetamol, com 83,56% e dipirona sódica, com alta de 51%. Com isso, a entidade faz um alerta para o uso sem prescrição médica desses remédios, em busca de prevenir ou tratar sintomas no período de surto de coronavírus.

Marco Fiaschetti, farmacêutico e diretor-executivo da Anfarmag, explica que as pessoas estão procurando resolver seus problemas de saúde por contra própria para evitar a exposição em centros de saúde. “Além disso, há uma profusão muito grande de informações, incluindo promessas milagrosas de prevenção e cura, o que pode gerar o aumento por essa busca. Os dois casos oferecem riscos à população, especialmente nesse momento tão delicado”, explica o farmacêutico.

Marco explica por quais motivos a vitamina C, o paracetamol e a dipirona estão entre os que apresentaram maior demanda. “A vitamina C é um nutriente popularmente conhecido por sua atuação no sistema imunológico, muito utilizada por quem receia gripes e resfriados. Já a dipirona e o paracetamol são alguns dos analgésicos e antitérmicos mais comuns, amplamente utilizados para aliviar dores no corpo, dor de cabeça, febre, entre outros”.

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O farmacêutico afirma que esses remédios não tratam e não são eficazes na prevenção da Covid-19. Ele conta também que, utilizado em excesso, os remédios podem causar outros problemas. “O uso incorreto ou acima das necessidades individuais dessas substâncias podem causar diarreias, cólicas, dor abdominal, dor de cabeça, comprometimento dos rins, fígado, entre outros mais graves. Por isso toda suplementação ou uso de remédio deve ser acompanhado por um profissional de saúde, que indicará a dose correta para cada pessoa”. Ele explica que os principais problemas são a alta dose e o uso prolongado, que podem mascarar outras doenças. E se um sintoma permanecer por mais de dois dias, é preciso procurar um médico.

O farmacêutico explica que, até agora, não existe um medicamento reconhecido pela Ciência com o efeito de prevenir a infecção por coronavírus, e independentemente do estado de saúde da pessoa, é possível contrair coronavírus, podendo variar apenas a reação que o corpo terá diante da doença. “De forma geral, recomenda-se que as pessoas mantenham uma alimentação saudável e balanceada, para manter um bom funcionamento do organismo. Para pessoas que estão com determinada deficiência de vitamina ou mineral, um médico ou nutricionista pode recomendar a utilização de suplementos de forma personalizada, atendendo as demandas daquela pessoa.

Marco lembra que, com a pandemia, é preciso evitar lotar hospitais e serviços de saúde, mas isso não deve ser justificativa para uso desenfreado de medicamentos por conta própria, e o surgimento de qualquer sintoma deve ser comunicado a um médico ou farmacêutico. “Além disso, é importante lembrar que cada pessoa é única, e o mesmo medicamento que faz bem para uma pessoa pode representar perigo para outra. Por isso, não se deve recomendar ou aceitar recomendações de medicamentos e substâncias de vizinhos, parentes ou amigos. Além disso, qualquer reação inesperada também deve ser comunicada ao profissional de saúde que acompanha o caso.”

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