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Quarto branco do BBB20 é tortura psicológica?

Chamado de "white torture", o quarto branco já foi usado para tortura psicóloga em países como Estados Unidos e Irã

O quarto branco do Big Brother Brasil 20 (BBB20) teve início na tarde dessa sexta-feira, 6, e tem gerado diversas polêmicas nas redes sociais. Já tendo sido utilizado para tortura em alguns países como Estados Unidos e Irã, a dinâmica divide opiniões entre o público. Nos países, assim como no BBB, as vítimas também se vestiam de branco e eram colocadas em um local da mesma cor, sem ouvir sons externos e sem direito a ficar com as luzes apagadas.

De acordo com a psicóloga Ingrid Borges ao O POVO, o ambiente completamente neutro e o isolamento social dos sujeitos pode ser perturbador e impossibilitar o funcionamento dos mecanismos da mente que permitem a conservação do equilíbrio psíquico e da saúde mental.

Dentre as possíveis consequências, dependendo do tempo de reclusão, ela cita o aumento da irritabilidade e do estresse, traumas psicológicos, ansiedade e depressão. "Para desencadear os sintomas, depende da saúde psíquica deles e do tempo de reclusão", afirma a especialista.

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Entretanto, o quarto branco do BBB se diferencia da white torture, como é chamada a prática tortuosa usada em outros países. A psicóloga não vê como tortura, isso porque é uma escolha dos participantes estar ali. No BBB, eles podem sair quando quiserem, basta apertar o botão vermelho no centro do quarto; diferente do que acontece na "tortura branca", em que as pessoas são obrigadas a estar no local. 

QUARTO BRANCO X WHITE TORTURE

É possível, como público, perceber outras diferenças entre os dois. No BBB, o participante não fica isolado no quarto, mas sim na companhia de outras duas pessoas. Nas vezes em que foi usado, tanto no BBB9 como no BBB10, os brothers estavam em duplas ou trios, assim como no BBB20.

Além disso, há para eles a certeza de que irão sair de lá, diferente da prática de tortura, em que a vítima não sabe quando ou se um dia irá viver outra realidade além daquela. No programa, os participantes sabem que não estão ali para ser torturados e que eventualmente irão sair do cômodo, o que influencia a forma como veem a experiência.

 Outra diferença é a comida dos brothers, que não é branca como o quarto. No programa foi possível ver os participantes comendo alimentos como banana - da cor amarela -, o que não acontece na white torture, onde até os alimentos são brancos.

APOIO PSICOLÓGICO

Após a experiência é importante que caso os participantes achem necessário, o programa preste apoio psicológico a eles. Por mais que não possa ser comparado com a prática tortuosa, ainda sim ficar em um cômodo onde tudo tem a mesma cor, sem saber se é dia ou noite e sem contato com outras pessoas além daquelas, pode causar danos às pessoas submetidas ao castigo.

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