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Homem que matou e arrancou coração da tia em Mato Grosso tem transtorno bipolar, aponta laudo

Lumar Costa da Silva confessou o crime em julho de 2019 e disse não estar arrependido à época
20:34 | Fev. 29, 2020
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Laudo entregue à Justiça aponta que Lumar Costa da Silva, 28, acusado de matar e arrancar o coração da tia, Maria Zélia da Silva, 55, tem transtorno afetivo bipolar e não possui condições de viver em sociedade. De acordo com informações do Portal G1, o crime ocorreu em julho de 2019, em Sorriso, a 420 km de Cuiabá, capital de Mato Grosso. 

A mulher foi morta a facadas dentro da própria casa, no Bairro Vila Bela. Ele ainda levou o coração da vítima e o entregou para uma filha dela. Lumar foi ouvido por duas horas durante exame de perícia médica feita na Politec, em Cuiabá. Ele foi acompanhado do pai, Gilmar Costa da Silva.

Na época do crime, o sobrinho tinha se mudado para Mato Grosso há quatro dias depois de tentar matar a própria mãe em Campinas, São Paulo. O delegado André Ribeiro classificou o rapaz como "repugnante, monstro e perturbado". De acordo com a Polícia Civil, Lumar chegou a Mato Grosso no dia 28 de junho para morar com a tia. No mesmo dia que chegou o rapaz entregou currículos na cidade. Familiares dizem que ele é tido como uma pessoa inteligente e fala duas línguas.

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No dia 10 de julho do último ano, Lumar prestou depoimento na Polícia Civil e, ao sair, afirmou à imprensa que ouviu 'vozes' do universo que o orientaram a cometer o crime. Após confessar o ato criminoso, ele disse não estar arrependido.

Oito dias depois, Lumar foi transferido para a Penitenciária Osvaldo Florentino Leite Ferreira (conhecida como Ferrugem), em Sinop, a 503 km da capital. Durante a transferência, ele foi flagrado por um agente tentando enforcar outro preso dentro do camburão onde eles eram transportados.

Insanidade mental

De acordo com o laudo médico, feito por uma psiquiatra, Lumar tem insanidade mental. A médica recomenda que o suspeito seja encaminhado imediatamente para tratamento psiquiátrico vitalício devido aos transtornos. "O periciando declara ser culpado, conquanto, refere que no dia do crime tinha prejuízo na capacidade do entendimento, onde não conseguia discernir a realidade do delírio", diz trecho da perícia.

O transtorno bipolar é caracterizado por episódios frequentes de alterações no humor do paciente, nos quais os níveis de atividade dele ficam perturbados. A pessoa passa por elevação do humor e aumento de energia e atividade, chamado como mania ou hipomania. Em seguida, sofre sintomas de depressão.

Ainda de acordo com o laudo, os transtornos de Lumar tem relação com as agressões sofridas na infância. Nas declarações durante o exame, ele afirmou à médica que foi agredido verbalmente e fisicamente, principalmente pela mãe dele, quando criança. Ele disse ainda que, por diversas vezes, a mãe o agrediu durante o banho, batendo a cabeça dele contra a parede, e que ela já chegou a quebrar dois cabos de vassoura no corpo dele.

Lumar também declarou que as ofensas eram muito comuns. A mãe dizia que "ele não era ser humano" e "que ele não prestava". O acusado afirmou escutar "vozes do universo" que diziam que ele era uma pessoa escolhida por Deus e tinha "super poderes". Ele contou também que foi demitido do trabalho após muitas alterações de humor e brigas com colegas de serviço. Lumar disse que estava sob efeito de drogas e não tinha noção do que era realidade e do que era fantasia.

 

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