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Entenda o caso do tiroteio entre policiais de SP e Minas que envolveu negócio ilegal e dinheiro falso

Nesta quinta-feira, 25, um dos empresários que se feriram no confronto faleceu em hospital
17:50 | Out. 25, 2018
Autor Larissa Carvalho
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Confronto com tiroteio entre policiais de São Paulo e Minas Gerais, em prédio anexo ao Hospital Monte Sinai, situado no centro da cidade de Juiz de Fora (MG), terminou com uma morte e dois feridos na tarde da última sexta-feira, 19. Nesta quinta-feira, 25, um dos empresários que se feriram, identificado como Jerônimo da Silva Leal Júnior, faleceu em hospital, conforme o portal R7. Rodrigo Francisco, um policial mineiro de 39 anos, foi a vítima que morreu no local. Foram apreendidos quase R$ 15 milhões em cédulas de R$ 100, a maioria falsa.
 
Segundo apuração da Polícia Civil de São Paulo, o esquema criminoso envolvia negócio ilegal com dinheiro falso. O doleiro Flávio de Souza Guimarães viajou de São Paulo até Minas Gerais em avião particular, acompanhado por delegado de polícia de SP, os empresários Roberto Uyvare Júnior e Jerônimo da Silva e seu advogado. Segundo a Justiça Mineira, Roberto Uyvare é proprietário de empresas na França, na Espanha e no Brasil. Já Jerônimo da Silva era dono de empresa de segurança paulista.
 
Informações do jornal Folha de São Paulo confirmam que Flávio de Souza esteve prestando depoimento à Polícia Civil na última segunda-feira, 22, negando ter viajado com dólares para Minas. Segundo o doleiro, o motivo da viagem era fechamento de negócio de empréstimo para sua empresa. Ele acrescenta ainda que contratava os serviços da empresa de Jerônimo da Silva.
 
Entenda o caso
 
Em um hotel da cidade mineira, os empresários paulistas tinham encontro marcado com o mineiro Antonio Vilela. Suspeita seria para fechar negócio ilegal, envolvendo dólares. Conforme investigações da polícia, Vilela se dirigiu com empresários e quatro policiais paulistas até estacionamento de um hospital próximo, onde foi feita transação de quase R$ 15 milhões. A origem do tiroteio se deu após descoberta dos paulistas de que notas de real usadas nesse pagamento eram falsas.
 
Três pessoas foram baleadas, o mineiro Antonio Vilela, o empresário paulista Jerônimo da Silva e o policial mineiro Rodrigo Francisco, cuja morte se deu no local. Antes do conflito, cinco dos nove policiais retornaram à SP. Eles estão sob investigação. Os outros quatro policiais foram presos, além de Antonio e Jerônimo, que ficou internado sob custódia policial. Nesta quinta-feira, 25, foi confirmado seu óbito.
 
Os outros envolvidos no caso, o doleiro Flávio Guimarães está livre, mas sem autorização judicial para deixar o País. O empresário paulista Roberto Uyvare e os quatro policiais mineiros estão sendo investigados também. Ao final da ocorrência, a polícia mineira apreendeu as malas com R$ 14 milhões e não encontrou os dólares.
 
Nove policiais civis de São Paulo, entre dois delegados, foram contratados para fazer escolta de três empresários paulistas, de acordo com apurações do jornal Folha de São Paulo. Cada policial recebia em torno de R$ 1.500 pelo trabalho. Segundo nota da Secretaria da Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP), foram “comprovados desvios de conduta. Os policiais envolvidos responderão administrativa e criminalmente, de acordo com atos praticados por cada um”.

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