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Saiba como está a bebê indígena que passou 6 horas enterrada viva no Mato Grosso

Recuperada após 6 horas debaixo da terra e 36 dias na UTI, a pequena aguarda decisão judicial sobre seu futuro em um abrigo de Cuiabá
09:35 | Jul. 16, 2018
Autor O POVO
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Uma denúncia anônima para o 190 do pequeno município de Canarana. distante 838 km de Cuiabá, capital do Mato Grosso, salvou a vida de uma bebê indígena recém-nascida que foi enterrada vida pela bisavó. A avó também teve participação e foi presa. O caso inédito, e gravíssimo, aconteceu no último dia 5 de junho. Recuperada após 6 horas debaixo da terra e 36 dias na UTI, a pequena aguarda decisão judicial sobre seu futuro em um abrigo.

A alta aconteceu na última segunda-feira, 9. O pai da criança foi ouvido pela Polícia Civil e alegou não saber nem da gravidez e nem do nascimento da filha. Ele afirmou em depoimento que pretende ficar com a menina. A avó da bebê, Tapoalu Kamayura, 33, depôs que a decisão de enterrar a recém-nascida foi tomada porque elas não aceitavam o fato de o pai do bebê ser um índio de outra etnia. A mãe da bebê, que é uma adolescente de 15 anos, também manifestou o desejo de ficar com a guarda da menina.

Até a finalização do processo, a pequena índia fica fica sob a tutela do Estado. O Ministério Público Estadual está fazendo um estudo antropológico para entender os motivos por trás do enterro. Por meio de nota, a Fundação Nacional do Índio (Funai) afirmou que acompanha de perto o caso para garantir que os direitos dos indígenas envolvidos sejam respeitados.

O caso

A menina ficou enterrada no quintal de casa das 14 horas às 20 horas, em um cova de 50 centímetros de profundidade. Ligação anônima aconteceu no início da tarde, mas o resgate só deu certo pela noite. Os policiais do caso pensavam que encontrariam a indígena sem vida. 

Ao chegar no hospital, a prioridade era desobstruir as vias aéreas. Água morna foi usada para higienizar boca e nariz da pequenina, que foi levada para uma incubadora. O fato de ela ter sobrevivido impressiona médicos até hoje.

"Dentro da barriga da mãe, dentro do período fetal, o recém-nascido tem baixas taxas de oxigênio. A placenta que dava oxigênio para ele. Quando o bebê nasce, ele começa a respirar, mas essa transição é feita de forma lenta, gradativa e provavelmente por isso esse recém-nascido teve esse sucesso de conseguir se manter com baixas taxas de oxigênio”, comentou médica neonatologista Juliana Del Bigio, em entrevista ao G1
 
Redação O POVO Online 


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