Participamos do

"Não entrem na água", apela mãe de jovem mordido por tubarão

Elisângela, muito emocionada, ainda contou que já havia visto tubarão na localidade e pediu que os filhos não se aproximassem
11:13 | Jun. 04, 2018
Autor O POVO
Foto do autor
O POVO Autor
Ver perfil do autor
Tipo Notícia

[FOTO1]

"Não entrem na água". Esse foi o apelo feito por Elisângela dos Anjos, de 42 anos, mãe de José Ernestor Ferreira dos Santos, de 18 anos, morto após ser mordido por um tubarão no último domingo, 3, na altura da Igrejinha de Piedade. Muito emocionada, Elisângela ainda contou que já havia visto um tubarão naquela localidade próxima do ataque do filho."Minha gente eu peço a vocês, não entrem na água. O máximo, cheguem na areia. Agora é a vez dele, do tubarão, o lugar deles é a água, deixem eles lá. A gente sobrevive na areia, então fiquem na areia", apelou a mãe.

 

Seja assinante O POVO+

Tenha acesso a todos os conteúdos exclusivos, colunistas, acessos ilimitados e descontos em lojas, farmácias e muito mais.

Assine

"Eu nunca deixo meus filhos irem sozinhos para a praia. A última vez que a gente viu tubarão na água, foi quando toda família foi para a praia no Dia das Crianças e avisamos, 'tá vendo o perigo, não entrem não'", completou Elisângela.

 

A mãe ficou sabendo da morte do filho quando a assistente social do HR ligou e informou sobre o falecimento. "Quando a gente chegou aqui, a gente já estava ciente do que estava acontecendo. Quando a assistente social ligou, a gente já previa o pior", contou. "Ela era um menino carinhoso, beijoqueiro, queria fazer capoeira, eu achava que não era pra ele, pedia para ele não ir pra capoeira, mas ele ia para a capoeira na praia. Eu nunca deixei", desabafou.

 

A equipe médica responsável por Ernestor afirmou que o jovem chegou com muita perda de sangue. Foram disponibilizados 8 médicos e mais de 2 horas para tentar salvá-lo. "A mordida do tubarão foi extremamente extensa, gravíssima. Após a cirurgia ele foi pra UTI e faleceu nesta madrugada, às 4h30min da manhã", contou o médico Miguel Arcanjo, diretor geral do HR.

 

"Ele perdeu muito sangue, desde a mordida do tubarão. Aqui ele foi reposto, mas infelizmente ele não conseguiu mais resistir aos ferimentos que sofreu. A cirurgia ela foi feita para conter o sangramento, conter as lesões, mas o trauma foi tão severo que ele não resistiu", acrescentou o médico.

 

O velório de José Ernestor Ferreira da Silva acontecerá ainda hoje, em sua casa, no bairro de Santo Aleixo, em Jaboatão dos Guararapes. Já o enterro está marcado para ser realizado nesta terça-feira, 5, no cemitério de Santo Amaro, também em Santo Aleixo.

 

Ataque 

O jovem foi mordido enquanto nadava com o irmão e alguns amigos na altura da Igrejinha de Piedade. De acordo com o Corpo de Bombeiros o jovem estava na parte funda do mar e foi alertado para voltar para a área rasa, pouco antes de ser atacado na perna esquerda.

 

Levado para o Hospital da Restauração pelo Samu, José Ernestor chegou em estado gravíssimo após ter sofrido uma parada cardíaca ainda na ambulância. O jovem passou por uma cirurgia de três horas para amputação da perna e de parte dos órgãos genitais e foi encaminhado para a UTI, onde não resistiu aos ferimentos.

 

Outros casos 

Por localidade, o último caso foi exatamente na área onde ocorre mais ataques de tubarão: a altura da igrejinha de Piedade soma 11 vítimas. O segundo lugar, com sete ataques, é o Acaiaca, em Boa Viagem, e em terceiro, com seis, são locais sem registro. Jaboatão é também o segundo município pernambucano onde os registros são mais elevados, totalizando 22 casos. Recife fica em primeiro, com 27, e o Cabo de Santo Agostinho em terceiro, com seis.

 

Antes de Ernestor, a última vítima fatal, atacada em Boa Viagem, na Zona Sul do Recife no ano de 2013 foi a paulista Bruna Silva Gobbi, de 18 anos. A jovem, que passava férias na capital pernambucana com a família, foi mordida pelo animal por volta das 13h, enquanto nadava a cerca de 20 metros da faixa de areia.

 

A última vítima registrada faz parte também da maioria das pessoas que se banhavam no momento do incidente, totalizando 29. Outras 11 eram surfistas. Os últimos três casos aconteceram em Fernando de Noronha.

 

JC Online

Via Rede Nordeste 

 

 

 

 

 

Dúvidas, Críticas e Sugestões? Fale com a gente