"Recebi mais de 150 ameaças de morte", diz artista envolvido em polêmica do MAM
A performance gerou grande repercussão ao apresentar artista nu sendo tocado por uma criança durante a apresentação no Museu de Arte Moderna de São Paulo[FOTO1]Após seis meses da divulgação de um vídeo em que interage nu com uma criança durante apresentação artística, o coreógrafo Wagner Schwartz concedeu sua primeira entrevista a Tv Aberta. Na última terça-feira,10, o coreógrafo relatou ao jornalista Pedro Bial que ficou traumatizado com o ocorrido e precisou ficar recluso por alguns meses para se recuperar.
O artista afirma ter sido vítima de ‘’linchamento virtual’’ e recebido inúmeras ameaças em redes sociais. Segundo Wagner, foram registrados 150 boletins de ocorrência somente de mensagens de pessoas que ameaçavam contra a vida do mesmo.
Para o coreógrafo, não houve em nenhum momento incitação ou prática de pedofilia, apenas a apresentação do espetáculo ‘’La Bertê’’, inspirado na série Bichos, de Lygia Clark. Na proposta da performance, a arte ultrapassa os limites da superfície, permitindo que o espectador se torne figura atuante no processo.
Sobre o ocorrido, o Ministério Público Federal (MPF) pediu arquivamento da investigação após concluir que não houve crime de pornografia infantojuvenil. Em sua decisão, o MPF considerou que as imagens não apresentam os elementos previstos no art. 241-A do Estatuto da Criança e do Adolescente, que tipifica o crime.
O artista acredita que as imagens foram divulgadas por puro interesse de grupos políticos que usaram trechos de sua apresentação como manobra para fomentar a candidatura na disputa presidencial deste ano. De acordo com Wagner, os artistas são alvos fáceis e regulares desse tipo de ação. Quanto à prática da performance no Brasil, diz estar ‘’buscando coragem’’ para realizar novamente.
Redação O POVO online
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