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Papa Francisco intervém em diocese no Brasil após prisão de padres e bispo por corrupção

Na última segunda-feira, um bispo e cinco padres foram presos acusados de desviar R$ 1 milhão por ano. Vaticano se posicionou informando que enviará outro sacerdote para cuidar de 33 paróquias da região
11:18 | Mar. 21, 2018
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[FOTO1]A Conferência Nacional dos Bispos (CNBB) informou que o papa Francisco decidiu intervir na Diocese de Formosa (GO) após prisão de bispo suspeito de corrupção. O bispo José Ronaldo Ribeiro, o vigário-geral e outros quatro padres foram presos na manhã da última segunda-feira, 19, sob acusação de desviar anualmente R$ 1 milhão, conforme investigação do Ministério Público do Estado. O Vaticano vai enviar outro bispo ao Município para cuidar de 33 paróquias da região.
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A investigação que prendeu os clérigos se iniciou com denúncia de fiéis sobre irregularidades e uso indevido de bens da Igreja Católica por parte da direção da Cúria Diocesana de Formosa. Quase R$ 17 milhões são apurados anualmente pelas 33 igrejas da região, por meio de dízimos, doações e faturamento de festas realizadas por fiéis, além de taxas aplicadas para cerimônias de batismo e casamento. Desse valor, cerca de 10% era repassado à Cúria Diocesana, o órgão máximo da diocese. A investigação descobriu que parte desse dinheiro era desviada pelo bispo e outros padres em benefício próprio, um montante que chega a R$ 1 milhão ao ano.

A operação foi chamada de Caifás, nome, segundo o Evangelho, do sacerdote que entregou Jesus Cristo a Pôncio Pilatos. Parte do dinheiro desviado pelos clérigos foi utilizado na compra de uma fazenda de gado e uma casa lotérica na cidade de Posse, também no interior de Goiás, segundo o Ministério Público. Os investigados são suspeitos dos crimes de associação criminosa, apropriação indébita e falsidade ideológica.
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Ao todo estão sendo cumpridos 13 mandados de prisão e dez de busca e apreensão em três municípios simultaneamente, sendo nove de prisão e cinco de busca e apreensão em Formosa; três de prisão e quatro de busca e apreensão em Posse; e um de prisão e um de buscas em Planaltina. Conforme o Ministério Público, "todos os mandados foram expedidos contra lideranças religiosas ou administrativas ligadas à Igreja Católica".

O bispo nega as acusações. "Não tem nada de impropriedade. Não toco nos repasses financeiros das paróquias que são destinados à manutenção das necessidades da diocese, casa do clero, seminário, estrutura da cúria e funcionários, por exemplo". 

Em nota, a CNBB pediu Justiça nas investigações e convidou fiéis a permanecerem unidos em oração. "A CNBB manifesta a solidariedade com o presbitério e os fiéis da Diocese, recordando ao irmão bispo que a Justiça é um abandonar-se confiante à vontade misericordiosa de Deus. A verdade dos fatos deve ser apurada com Justiça e transparência, visando o bem da igreja particular e do bispo. Convido a todos os fiéis da Igreja a permanecermos unidos em oração, para sermos verdadeiras testemunhas do Evangelho", declarou a Conferência em trecho. 
 
Redação O POVO Online 

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