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TV portuguesa acusa Edir Macedo e Igreja Universal de tráfico internacional de crianças

A assessoria da Igreja Universal do Reino de Deus emitiu uma nota à imprensa em que chama a reportagem da TVI de "campanha difamatória e mentirosa"
19:21 | Dez. 11, 2017
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A televisão portuguesa inicia nesta segunda-feira, 11, a veiculação de uma reportagem investigativa que acusa o bispo Edir Macedo, da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD), de promover o tráfico internacional de crianças.

Segundo anunciado, na década de 90, a igreja mantinha um lar ilegal de crianças, chamado Lar Universal, em Lisboa, onde filhos de pais sem condições financeiras eram entregues, sem qualquer acompanhamento judicial, e acabavam adotados ilegalmente por bispos e pastores da instituição. A TV portuguesa disse ainda que houve casos de crianças roubadas de suas famílias.

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Após sete meses de investigação das jornalistas Alexandra Borges e Judite França, a emissora preparou uma série de dez reportagens com o título "O Segredo dos Deuses", que começou a ser veiculado nesta segunda-feira, no Jornal das 8, transmitido às 20 horas do horário local (18h no horário de Brasília).

Confira abaixo o trailer da série O Segredo dos Deuses:

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A TV acusa o brasileiro Edir Macedo, fundador da Igreja Universal do Reino de Deus e proprietário da TV Record, de estar envolvido no esquema e afirma que os próprios netos do bispo seriam crianças roubadas do Lar Universal.

A assessoria da Igreja Universal do Reino de Deus emitiu uma nota à imprensa em que chama a reportagem da TVI de "campanha difamatória e mentirosa" e diz que "toda a matéria que a TVI pretende veicular é baseada no relato e colaboração de Alfredo Paulo Filho", ex-bispo da Universal que foi afastado da igreja por "condutas impróprias".

Leia a nota na íntegra:
Nos últimos dias, a Igreja Universal do Reino de Deus teve conhecimento de que a TVI pretende promover uma campanha difamatória, mentirosa e que não podemos tolerar.
Toda a matéria que a TVI pretende veicular é baseada no relato e colaboração de Alfredo Paulo Filho.
O referido cidadão deixou de colaborar com a Universal no final do ano de 2013, por acordo voluntário das partes.
A sua saída foi motivada pelas suas condutas impróprias, que tornaram insustentável a sua permanência na Igreja Universal do Reino de Deus, não havendo quaisquer condições para que ele prosseguisse com a sua missão espiritual. Ressalvamos que os bispos e pastores têm de manter um comportamento moral irrepreensível, o que não foi o caso de Alfredo Paulo Filho, que assumiu, ele próprio, ter falhado em seus compromissos, nomeadamente com a sua família, com os fiéis e com a Igreja.
Nos termos do acordo de saída assinado, as partes estariam obrigadas a abster-se de quaisquer comentários, uma sobre a outra, quer sobre a relação que mantiveram no passado, quer sobre qualquer outro assunto presente ou futuro.
Acontece que Alfredo Filho tem, sistematicamente, descumprindo com a sua obrigação de sigilo, o que já motivou a instauração de várias ações, de natureza cível e penal, no Brasil.
Inclusive, Alfredo Paulo Filho já foi condenado pelos tribunais brasileiros a indenizar a Universal no valor de R$ 1,7 milhão (um milhão e setecentos mil reais) por danos morais causados por sua campanha difamatória, também tendo sido ordenada a apreensão do seu passaporte pela Polícia Federal brasileira. Atualmente, se Alfredo Paulo Filho regressar ao Brasil, será imediatamente detido.
Ainda assim, e num total desrespeito pelas autoridades judiciais e pela Igreja Universal do Reino de Deus, Alfredo Paulo Filho pretende agora centrar a sua campanha difamatória em Portugal.
Alfredo Filho tem promovido uma campanha altamente caluniosa e falsa, fazendo tábua rasa do acordo que havia assinado, quer relativo à Universal, quer relativo aos seus bispos, pastores e colaboradores, questionando toda a comunidade da Igreja Universal.
Descontente com a recusa da Universal em lhe pagar qualquer quantia, para a qual não existe sequer fundamento, Alfredo Filho resolveu prosseguir essa campanha ofensiva e atentatória à credibilidade e prestígio da instituição nas redes sociais e, mais recentemente, também na televisão.
Essa conduta não poderá passar impune e será devidamente julgada no foro próprio, pelos órgãos judiciais competentes, nos quais Alfredo Paulo Filho será certamente, e uma vez mais, condenado.
O escritório central da Universal já foi contatado e os seus membros, em Portugal e fora do país europeu, apresentarão inúmeras ações contra TVI em Portugal e no exterior.
As adoções de que temos conhecimento ocorreram em Portugal e foram decretadas pelo Tribunal de Família e Menores de Lisboa (capital portuguesa). Aliás, a matéria que será veiculada fala em adoções ilegais decididas pelos tribunais, o que é um evidente contrassenso.
As crianças foram encaminhadas pela Segurança Social e pela Santa Casa de Misericórdia de Lisboa para um Lar – que evidentemente à época não era ilegal –, e vários pais adotivos se candidataram a adotá-las. Contam-se pelos dedos de uma mão as crianças que foram adotadas por essa via – com decisão judicial, sublinhe-se – por casais ligados à Universal.
Alguns dos agora adultos que foram então adotados já nos contataram e gravarão um depoimento que esclarecerá se foram ou não raptados, e em que condições se encontram.
A própria TVI já nos confirmou que não consultou o processo judicial em que três crianças foram adotadas, o que diz muito de até onde quis ir a investigação.
Os culpados por essa campanha irão ser chamados à Justiça, onde o assunto será tratado.
Lisboa, 11 de dezembro de 2017.
Igreja Universal do Reino de Deus

Redação O POVO Online

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