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Luta contra o fumo em pauta

Comemorado anualmente em 31 de maio, o Dia Mundial sem Tabaco traz este ano os efeitos socioeconômicos e ambientais à discussão
22:17 | Mai. 30, 2017
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Tipo Notícia

Os malefícios do tabagismo, uma das maiores ameaças à saúde pública mundial, voltam a ser discutidos este ano por todo Brasil. Com o tema "Tabaco - uma ameaça para o desenvolvimento", o Instituto Nacional de Câncer (Inca) realiza nesta quarta, 31 de maio, mais uma edição do Dia Mundial sem Tabaco, idealizado pela Organização Mundial de Saúde (OMS). De acordo com o Inca, no Brasil, o perfil do fumante brasileiro é uma pessoa acima de acima de 18 anos, com menos de oito anos de estudo.

Em 2017, entretanto, a data que anualmente propõe-se a chamar atenção da população aos perigos ocasionados pelo cigarro e produtos que tenham o tabaco como matéria-prima vai além das consequências para o corpo do ser humano e insere os impactos socioambientais decorrentes do uso e da produção tabagista nas discussões. Segundo o Inca, o tabagismo impacta o desenvolvimento do País sob as perspectivas socioeconômica (uma vez que adoecimentos e mortes tabaco relacionadas, incluindo os resultantes do tabagismo passivo, bem como sobre os prejuízos econômicos que o consumo de produtos de tabaco impõe aos indivíduos sobre as populações menos favorecidas) e ambiental.

"A cadeia de produção de tabaco também gera danos ambientais, sanitários e sociais para quem produz tabaco, especialmente no meio agrícola, ampliando a dimensão dos danos e prejuízos relacionados para as sociedades", destaca a entidade responsável nacionalmente pela promoção do Dia Mundial sem Tabaco, enfatizando também desmatamento, contaminação do solo com pesticidas, doença da folha do tabaco - resultante da absorção da nicotina pela pele durante o manuseio das folhas, depressão e suicídio devido à grande exposição a agrotóxicos - e trabalho infantil na lavoura de fumo como aspectos negativos inerentes ao tabagismo.

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O Instituto destaca também que, a cada ano, são destruídos, aproximadamente, 600 milhões de árvores (o equivalente a cinco por cento do desmatamento global) para viabilizar a indústria tabagista – o Brasil é o segundo maior produtor e maior exportador de tabaco. Em levantamento de 2011, o mais recente do INCA, foram registrados no País, tendo como causa o consumo de produtos à base de tabaco, 147.072 óbitos, 157.126 infartos agudos do miocárdio, 75.663 acidentes vasculares cerebrais e 63.753 diagnósticos de câncer. A previsão é de que dados atuais sobre o consumo sejam apresentados a partir de hoje pela entidade.

Patologias

"O consumo de tabaco - que vai além do cigarro, incluindo derivados como charutos, cachimbos, narguilé, cigarros de palha, aspiração (rapé) e mastigação (fumo-de-rolo) - é a maior causa de morte evitável do mundo. Para se ter uma ideia, as pessoas que fumam têm 20 vezes mais chances de desenvolver câncer de pulmão. Além disso, o consumo de cigarro também está associado ao desenvolvimento de outros tipos de doenças pulmonares – como o enfisema – e cardiovasculares", explica o oncologista Carlos Gil.

O diretor da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) pondera que é possível encontrar centenas de agentes cancerígenos na fumaça do cigarro, que não existe quantidade segura do produto a ser consumida sem preocupação e que o risco de desenvolver doenças aumenta exponencialmente de acordo com o consumo diário e tempo de tabagismo, tanto para o usuário como fumante passivo.

Dentre as patologias advindas a partir do uso do tabaco, estão ainda a asma grave e a Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC), considera pela Medicina uma das mais ofensivas ao corpo humano. Esta dificulta a respiração, provoca tosse, fadiga e, em geral, manifesta-se por meio da bronquite crônica (tosse prolongada com muco excessivo) ou enfisema (destrói os pulmões ao longo do tempo).

Tratamentos

Existem diversos modelos de tratamento para os fumantes que desejam findar o vínculo com o tabagismo. Cessação-tabágica (sequência de ações interdependentes e divididas em fases) e terapia de reposição nicotínica, ou TRN, (fornece ao paciente dose de uma das substâncias mais viciantes do cigarro sem o risco das outras substâncias presentes nele que são mais nocivas, como o alcatrão e o monóxido de carbono) são alguns dos métodos disponíveis para essa finalidade.

Iniciação no Tabagismo

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