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Vínculo emocional do brasileiro com seu pet é cada dia maior, mas posse responsável ainda preocupa

Neste 4 de outubro, Dia Internacional dos Animais, os dados merecem ser celebrados, mas também vistos com preocupação, uma vez que a posse responsável ainda precisa de mais conscientização
13:09 | Out. 04, 2016
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[FOTO1] Uma pesquisa inédita do Ibope Inteligência, realizada em parceria com o Centro de Pesquisa Waltham – ligado a bem-estar e nutrição de pets – comprovou que o vínculo emocional do brasileiro com seus bichinhos tem aumentado a cada dia.

A fase qualitativa da pesquisa, que reuniu grupos de discussão entre tutores de pets e não tutores, identificou que o vínculo associado aos cães foi emocional. Quando questionados sobre o que significa ter um cão, os entrevistados utilizaram palavras como amor, companheirismo e "família completa". Para eles, o cachorro é um animal que não exige nada em troca, não guarda mágoa e faz com que eles sintam-se especiais.

Os números indicam que 68% dos tutores acreditam nesse conforto emocional que o cão possibilita, 64% permitem que o animal durma dentro de casa e 44% o consideram como um filho.

Já entre os tutores de gatos, além da conexão emocional com o pet, comprovou-se a existência de um vínculo racional dentre os entrevistados. Eles definiram o gato como um animal manhoso e de personalidade forte, e muitos afirmaram que escolheram ter um gato pela praticidade nos cuidados ou por um pedido dos filhos.

Os dados apontam que a conexão emocional é comprovada pelos 76% dos tutores que deixam o gato dormir dentro de casa, além dos 48% que afirmam que o felino compreende os sentimentos e 45% que consideram seus gatos como filhos.

O terceiro grupo analisado é o de não possuidores. Ele afirmaram que não têm um pet por não haver alguém em casa para cuidar do bichinho enquanto estão no trabalho, além de considerarem um compromisso por muitos anos e os custos com cuidados serem altos.

Nesta categoria, 100% dos entrevistados têm vontade de adquirir/comprar/adotar um animal de estimação, sendo que 90% pretendem adquirir um cão e 20% têm a intenção de ter um gato.

"Pontos importantes mostrados na pesquisa se relacionam com o hábito de levar o pet para dentro de casa, o que vem se tornando cada vez mais comum, principalmente, por causa da verticalização das cidades, espaços cada vez menores e também pelo papel que o animal de estimação vem ocupando na composição familiar do brasileiro. Cães pequenos e gatos estão entre os mais escolhidos, tanto para compra quanto para adoção", afirma a Carolina Padovani, médica-veterinária e membro da equipe de coordenação da pesquisa no Brasil. "Mas a ideia de que o animal menor dá menos trabalho e, por isso, não precisa ser levado ao médico-veterinário com frequência, é equivocada”, ressalta Carolina.

Responsabilidade
A posse responsável foi outro ponto que esteve presente em questões das fases qualitativa e quantitativa da pesquisa, o que possibilitou identificar a superficialidade com que este tema ainda é abordado. Por exemplo, sobras de comida ainda se mostram como opção de alimentação para os pets, bem como tutores de gatos comentam que esses animais dificilmente adoecem e não precisam de idas frequentes às clínicas veterinárias.

Já os tutores de cães não aprovam a castração porque associam a prática com amputação humana. "Independentemente de estar doente ou não, cães e gatos precisam de visitas regulares ao médico-veterinário, assim como de uma alimentação de qualidade que contribua com seu bem-estar e saúde. A castração ainda é repleta de mitos e o brasileiro conhece muito pouco sobre os reais benefícios que ela traz para a saúde do pet", alerta Carolina.
 
A pesquisa Ibope também mostrou que os tutores de cães levam seus pets com mais frequência ao veterinário do que tutores de gatos. A média é de 2,8 vezes contra 2,3 por ano. As principais justificativas são consulta de rotina e vacinação (79% dos tutores de cães e 76% dos tutores de gatos) e pelo aparecimento de alguma doença (26% para cachorros e 19% para felinos).
 
Abandonar ou doar o animal de estimação por motivos banais é recorrente entre os não possuidores. O que comprova isso é que a segunda resposta mais dada para a pergunta "em qual circunstância perdeu o animal" foi por mudança de casa ou apartamento, perdendo apenas para o falecimento do pet. Outras justificativas como nascimento do filho e falta de tempo também estavam entre as respostas dos entrevistados.

Redação O POVO Online
 
 

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