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Caio Fernando de Abreu: 20 anos da morte do "escritor da paixão"

Escritor e jornalista, Caio Fernando de Abreu abordava, com uma perspectiva intimista, em suas obras os diversos sentimentos humanos
18:04 | Fev. 25, 2016
Autor O POVO
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Após 20 anos de sua morte, Caio Fernando Loureiro de Abreu ainda é lembrado pelos brasileiros por mesclar amor, desejo, expectativas, solidão, prazer, ódio, morte e liberdade em suas obras com uma perspectiva intimista. Nascido em Santiago do Boqueirão (RS), o jornalista definia a escrita como “ uma coisa natural, talvez um defeito de fabricação - como a possibilidade de viver a vida sem inventar em cima dela”. Morreu, aos 47 anos, no dia 25 de fevereiro de 1996, em decorrência da Aids, mas deixou um legado de reflexões sobre a vida e, principalmente, sobre o amor.
 
O trabalho do escritor se relacionava intimamente com suas experiências, demonstrando a coragem em se expor e a liberdade em mostrar as suas formas de pensar ao tratar de assuntos delicados. “Essa união (entre a vida e a obra) é uma marca dos grandes escritores e ele era muito devassado, às vezes, até impiedoso com ele mesmo. Ele se expunha de forma muito corajosa”, avaliou em matéria do O POVO de 12/01/16 o jornalista e escritor José Castello. 
 
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As obras de Caio possuem uma perspectiva subjetiva, que vão de acordo com as experiências de cada leitor para compreender suas observações. “O que cada um precisa saber sobre a literatura de Caio é muito individual, tem coisa que a gente só descobre quando está pronto para entender. Ele mergulhava fundo nas coisas da vida, a gente precisa se permitir fazer esse mergulho com ele”, afirmou Paula Dip ,amiga e autora da biografia “Para Sempre Teu, Caio F.”, em entrevista ao O POVO no dia 12/01/16, ao descrever as características das obras do escritor.
 
Caio detestava rótulos, por esse motivo se mostrou ser tão único e ao mesmo tempo múltiplo. Prova disso é o fato de nunca ter levantado a bandeira gay, mesmo ter se assumido homossexual em uma época de forte preconceito. “Ele detestava guetos e achava que ser gay militante era criar um gueto, assim como fazer parte de grupos negros, feministas, datilógrafos, o que fosse”, ressalta Paula.
 
O jornalista, contista, romancista, dramaturgo e poeta ainda se mantém vivo em postagens nas redes sociais e nas identificações dos leitores ao ler seu legado devido à sua transgressão, que o torna atemporal e imortal.
 
Redação O POVO Online 

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