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Grande parte de alunos de universidades públicas do NE são de classe social baixa

Com a intenção de analisar a interiorização das instituições federais de ensino na região Nordeste, o estudo revelou que grande parte dos estudantes apresentam classe social baixa

09:52 | 14/09/2015
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Grande parte dos estudantes de universidades públicas no Nordeste apresentam classe social baixa, são oriundos de escolas públicas e, geralmente, são os primeiros membros da família a cursar ensino superior. Pelo menos é o que afirma uma pesquisa realizada pela Fundação Joaquim Nabuco, em parceria com o Ministério da Educação (MEC), e divulgada nesta segunda-feira, 14.

Com a intenção de analisar a interiorização das instituições federais de ensino na região Nordeste, o estudo revelou que a infraestrutura nas novas instituições de ensino também são precárias.

Para chegar a esta conclusão, a Fundação entrevistou cerca de 1.600 alunos e 256 professores de 14 municípios da região. A pesquisa teve origem em 2010 e foi concluída em 2014. No entanto, a divulgação dos dados só foi realizada nesta segunda.

Dados

Em números, a pesquisa concluiu que grande parte dos alunos que compõem as universidades federais são proveniente de escolas públicas. Cerca de 63% dos estudantes analisados foram alunos de colégios públicos durante o ensino médio. Além disso, 59,8% possuem renda familiar de até dois salários mínimos e 28,3% de 2 a 5.

Em relação ao ensino superior familiar, a pesquisa concluiu que muitos estudantes são os primeiros de toda a família a ingressarem na universidade Segundo o estudo, 73% das mães e 83,1% dos pais não chegaram a cursar uma universidade.

Outro ponto bastante ressaltado pelos pesquisadores foi em relação às etnias dos alunos. Como resultado os pesquisadores relataram que 36,9% eram brancos, 11,7% são considerados pretos e 47,8% se identificaram como pardos. Além disso, apenas 2,5% se declararam amarelos e 1,1% indígenas.

Novos professores

As facilidades e incentivos de se inserir na área acadêmica estão gerando efeito nas universidades federais implantadas no interior do Nordeste. De acordo com a mesma análise, metade dos professores das instituições apresentam doutorado, mesmo com pouco tempo de serviço público prestado.

Conforme um dos responsáveis pela análise, os jovens professores são caracterizados de duas formas. "A primeira são jovens recém doutores, que ainda não têm uma carreira acadêmica consolidada e procuram universidades com menor concorrência para a seleção de professores e que, depois de alguns anos, tendem a voltar para a capital; e há os que não fazem esse movimento, gostam da cidade mais calma e se fixam no campus", afirmou.

De acordo com o secretário executivo do MEC, Luiz Cláudio Costa, o ministério está ciente da situação. Além disso, ele afirma que os incentivos de bolsas de pesquisa são extremamente necessários para a fixação dos novos professores. "O professor tem que estar motivado, além das aulas, tem que ter recursos das agências de fomento, Capes e CNPq, para que possa pesquisar naquela região", disse.

 

Redação O POVO Online

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