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Fifa é autuada por por não cumprir requisitos de segurança em inspeção com radiação

Fiscalização constatou que radiação ionizante foi empregada na inspeção de segurança do Mané Garrincha sem cumprimento dos requisitos mínimos de segurança, o que coloca em risco a vida dos torcedores
22:00 | Jul. 10, 2014
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Tipo Notícia

Atualizada às 16 horas

O Conselho Regional de Técnicos em Radiologia do Distrito Federal (CRTR 1ª Região) autuou a Federação Internacional de Futebol (Fifa) por acobertar o exercício ilegal das técnicas radiológicas no Estádio Nacional Mané Garrincha. Cerca de 80 pessoas sem habilitação e inscrição profissional no conselho de classe foram flagradas trabalhando na inspeção de segurança dos jogos da Copa, conforme o órgão.

De acordo com o conselho, as pessoas que trabalhavam no local não possuíam a formação mínima necessária para operar os equipamentos que emitem radiação ionizante, como está previsto na Lei n.º 7.394/85 e no Decreto n.º 92.790/86. O primeiro flagrante foi feito no ano passado, durante a Copa das Confederações.

O CRTR 1ª Região alega que prestou esclarecimentos, apresentou a legislação que regulamenta a Radiologia no Brasil, mas não obteve retorno do Comitê Organizador Local (COL). Assim, uma nova fiscalização foi realizada no dia 26 de junho, antes do jogo entre Gana e Portugal, onde foram constatadas, novamente, 80 funcionários sem competência e operando equipamentos emissores de radiação ionizante sem supervisão e sem equipamentos necessários.

O conselho afirma que a situação ocorre em todas as cidades que sediaram os jogos. A Fifa informou que o Departamento de Comunicação ainda não foi notificado sobre o assunto.

Radiação
De acordo com Conselho Nacional de Técnicos em Radiologia, a radiação ionizante usada para fazer exames de raios X nos hospitais também é empregada nos escâneres de inspeção corporal utilizados pelas equipes de segurança nos estádios da Copa, nos aeroportos e até em presídios.

Com o uso da tecnologia, é possível fazer uma varredura completa de cada pessoa sem sequer tocá-la, verificando substância ilegal ou objeto proibido. No entanto, a tecnologia pode ser nociva à saúde caso a operação não seja feita dentro de estritos limites de segurança. “A substância tem a capacidade de atravessar o corpo e causar alterações genéticas significativas”, explica o conselho.

Para o mestre em Radioproteção e Dosimetria pelo IRD/CNEN, Giovane Teixeira, ler radiografias e assimilar a conceitos de radioproteção exigem treinamento em cadeiras paralelas à simples formação da imagem, como a física das radiações e a radiobiologia, o que não é possível a um agente de segurança sem formação específica.

Redação O POVO Online

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