Os cuidados para engarrafar a água que você bebe

A água mineral natural que chega ao consumidor deve ter rigorosamente o mesmo perfil encontrado na fonte

00:00 | Fev. 06, 2019

Água mineral: cuidados desde a fonte até a sua casa (CAMILA DE ALMEIDA)(foto: CAMILA DE ALMEIDA)>

Beber uma água mineral que tenha preservadas as mesmas propriedades e a mesma pureza encontradas na fonte. É isto que se espera quando se escolhe o produto nos pontos de venda. E é esta é a tarefa básica das indústrias do ramo. Algo que demanda extremo cuidado para evitar qualquer tipo de contaminação ou alteração do padrão. “Temos que preservar todas as características que existem lá na condição natural (da água), dentro da embalagem e na hora do consumo”, resume Clécio Carlôto Barbosa, gerente de projetos industriais da Indaiá.

A regulamentação traça um roteiro contrário para água adicionada de sais, que segundo parâmetros da Anvisa pode passar por tratamentos e deve necessariamente ser preparada com a inclusão de pelo menos 30mg/litro de sais de grau alimentício, entre 20 combinações possíveis. “A legislação da água mineral é bem mais exigente, rigorosa”, ressalta Evânia Figueiredo, professora do Departamento de Engenharia de Alimentos da Universidade Federal do Ceará (UFC). Este tipo tem a produção fiscalizada tanto pela Agência Nacional de Mineração (ANM) quando pela Vigilância Sanitária. Em termos microbiológicos, é inspecionada a respeito da regra de ausência das bactérias Escherichia coli ou coliformes (fecais) termotolerantes, além de limites de vestígios de coliformes totais, Enterococos, Pseudomonas aeruginosa, Clostrídios sulfito redutores ou Clostridium perfringens. Já a adicionada de sais é monitorada pela Vigilância Sanitária e tem como único requisito microbiológico a ausência de Escherichia coli.

O rigor na produção da água mineral natural é evidente na rotina da indústria. As empresas de água mineral do Estado funcionam com uma operação automatizada. A água é retirada da fonte por sistema de bombeamento, passa por filtro mecânico e segue por tubulações até o parque industrial, onde é envasada e estocada sem manipulação humana. Com maquinário integrado para cumprir todo o processo produtivo, há a vantagem de eliminar etapas intermediárias, evitando manuseio e armazenagem de recipientes. “Sai da sopradora (que finaliza a confecção da garrafa) e já entra no envase. São ambientes controlados microbiologicamente, com filtro apropriados, específicos para esse tipo de processo, esse tipo de ambiente”, reforça o gerente Barbosa.

Mas não basta isso para garantir uma água sem riscos de contaminação. Todas as etapas do processo produtivo têm retiradas de amostras para atestar a adequação. E toda a matéria-prima e os insumos, como preformas (material que precede as garrafinhas), tampas e quaisquer materiais que entrem em contato com a água, também são verificados constantemente. É um controle pré, pós e durante a linha de produção, que observa tanto as condições de pureza da água quanto a manutenção de características, como PH e concentração das propriedades minerais. No total, são mais de três mil análises mensais na fábrica. “Temos um sistema de gestão que garante a rastreabilidade de todos os insumos e as matérias-primas utilizados. Por exemplo: eu trabalho com uma tampinha, que coloco na garrafa após o envase. Esse insumo é rastreado desde o momento que sai do fornecedor e que é direcionado para nosso consumo. Nós temos um sistema em que tudo isso é catalogado, identificado e monitorado, através de códigos de datação e identificação”, detalha Barbosa.

No caso dos garrafões, que são embalagens retornáveis, o envase demanda ainda mais rigor com as condições sanitárias. Os critérios de seleção dos vasilhames para reaproveitamento e procedimentos obrigatórios de higienização antes de receber uma nova carga da água mineral natural para voltar ao mercado são estabelecidos pela Anvisa. O processo dura cinco etapas, incluindo duas com produtos de limpeza e dois enxágues consecutivos.

Com tanto zelo para garantir uma água com as propriedades preservadas, cabe aos pontos de venda cuidar do armazenamento adequado, sem incidência direta de luz ou calor. E cabe ao consumidor manter os cuidados para garantir a pureza da água que bebe.

SERVIÇO

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