Canadense Quinn é 1ª atleta trans a conquistar medalha olímpica

A seleção canadense ganhou o ouro no futebol feminino com Quinn no elenco

A jogadora de futebol da seleção canadense, Quinn, se tornou a primeira atleta abertamente transgênero e não binária a ganhar uma medalha olímpica nesta sexta-feira. O momento histórico dos Jogos de Tóquio aconteceu após o Canadá vencer a Suécia nos pênaltis.

Quinn, que tem apenas um nome, começou como titular e foi para o banco no final do primeiro tempo. Meio-campista de 25 anos, tem uma longa história no time feminino canadense. Estreou em 2014 e conquistou a medalha de bronze nos Jogos do Rio 2016. Declarou-se transgênero no ano passado.

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"Queria ser autêntica em todas as esferas da minha vida, e uma delas é o espaço público", disse Quinn, na época. "Então, essa foi uma das razões por trás disso, porque eu estava cansada de ser maltratada e tudo mais", acrescentou.

O status de jogadora transgênero pioneira nos Jogos veio ao mesmo tempo que o da levantadora de peso transgênero da Nova Zelândia Laurel Hubbard, que gerou polêmica e debate.

Os críticos argumentaram que a neozelandesa tinha vantagens físicas em seu corpo de seus anos de desenvolvimento como homem, tornando injusto para ela competir no torneio feminino contra levantadoras nascidas como mulheres.

A estreia de Hubbard nos Jogos não fez, porém, barulho esportivo, porque falhou em completar o levantamento e ficou fora da briga por medalhas. A atleta de 43 anos, que tinha o dobro da idade de algumas de suas rivais e não competia internacionalmente desde antes da pandemia do coronavírus, admitiu que se sentiu "oprimida" por estar no centro das atenções.

“A luta não terminou”

Quinn, que joga no OL Reign de Seattle na Liga Nacional Feminina dos Estados Unidos, não enfrentou questionamentos sobre sua presença na seleção feminina canadense.

"Quero que minha história seja contada, porque, quando temos muita visibilidade trans, é aí que começamos a fazer um movimento e começamos a fazer progresso na sociedade", afirma Quinn, no site de seu clube.

Como Hubbard, Quinn falou sobre as lutas de ser transgênero em um mundo centrado no binário e enfrenta o desafio de ser um modelo a ser seguido nas Olimpíadas para os jovens que vivenciam situações pessoais semelhantes.

"Estou recebendo mensagens de jovens dizendo que nunca viram uma pessoa trans no esporte antes", contou Quinn. "O esporte é a parte mais emocionante da minha vida. Se posso permitir que as crianças pratiquem os esportes que amam, essa é a minha luta e é por isso que estou aqui", confessou.

Medalhistas da equipe canadense do torneio de futebol de Tóquio 2020. (Foto: Loic Venance/AFP)
Depois de chegar a Tóquio, Quinn refletiu sobre o que significava aparecer no maior palco do esporte como um atleta abertamente transgênero.

"Não sei como me sentir. Estou orgulhosa de ver 'Quinn' no elenco e no credenciamento. Mas me entristece saber que houve atletas olímpicos antes de mim incapazes de viver sua verdade em todo mundo", postou nas redes sociais.

"Existem meninas trans que estão proibidas de praticar esportes, mulheres trans que enfrentam discriminação e preconceito, enquanto tentam realizar seus sonhos olímpicos. "A luta não acabou. Vou comemorar quando todos estiverem aqui", concluiu Quinn.

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