Participamos do

Nadador paraolímpico cearense vende rifa em busca de disputar o Parapan de Lima

17:04 | Nov. 13, 2018
Autor Lucas de Paula
Foto do autor
Lucas de Paula Estagiário
Ver perfil do autor
Tipo Notícia

[FOTO1] Um embargo com o prazo de inscrição e a entrega dos documentos ao Bolsa Atleta tornou o Parapan de Lima mais longe para o nadador cearense Carlos Alberto Maciel, o Betão. Nadador paraolímpico e beneficiado pela bolsa há 10 anos, o paratleta acumula uma passagem nas Paraolimpíadas de Londres e duas pelo Parapan-Americano (Guadalaraja e Toronto). Conhecido como Betão, ele agora vê um pouco mais longe o sonho da terceira paraolimpíada.

Depois de enviar toda a documentação necessária ao Ministério do Esporte, Betão recebeu a notícia de que os documentos teriam sido indeferidos por conta do prazo, podendo se inscrever apenas para a categoria nacional.

Em 10 anos, essa é a primeira vez que o nadador tem problemas com a bolsa. Para Carlos Alberto, houve divergência na clareza do prazo. Por meio da Assessoria Pública Federal ele agora tenta resolver o problema. A demora judicial para resolver o imbróglio dificulta a preparação para as seletivas, que acontecem em abril. “Se continuar dessa forma eu vou perder as seletivas do Parapan, mas por não estar bem preparado”, afirma Betão, que tem feito sua preparação através de maratonas aquáticas e corridas de rua.

A bolsa cobria custos como alimentação, compra de equipamentos e passagem. Sem o benefício, Carlos precisa encontrar outras formas de cobrir os gastos. Antes a renda dele e da esposa era destinada para o aluguel da casa onde moram e para necessidades básicas como alimentação, agora ele tem que dividir o montante também para o esporte. “Estou bancando tudo do meu bolso. Eu não passo necessidade na minha vida, eu passo dificuldade no esporte: para viajar, para alimentação e para equipamento”, explica.

Para driblar a perda da bolsa, o paratleta vende rifas com pontos no valor de R$ 5. Betão já vendia rifas para a igreja onde se congrega, e ao perder o benefício da bolsa adaptou à ideia para o esporte. “O povo cearense está me ajudando”, afirma.


Betão, que contabiliza uma medalha de ouro em Guadalajara e outra de bronze em Toronto, está entre os 4 melhores nadadores de peito paraolímpicos das Américas. Ele conta que sente nesse mesmo peito a honra de levar o nome do país. “Eu sou o único do Ceará a disputar. É gratificante, é uma honra muito grande. Eu levo o nome do estado do Ceará, do povo do cearense”, pontua.

Dúvidas, Críticas e Sugestões? Fale com a gente