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Após duas Olimpíadas, Adriana pensa em se aposentar após Tóquio 2020

Correndo até 215km por semana, a paulista Adriana Aparecida sabe bem onde quer chegar. Depois de começar no esporte por acaso e participar das duas últimas edições das Olimpíadas, a atleta de Cruzeiro, interior de São Paulo, a maratonista pretende encerrar sua carreira em Tóquio 2020. ?Vou para o meu último ciclo olímpico. Agora estou [?]
09:15 | Set. 26, 2017
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Correndo até 215km por semana, a paulista Adriana Aparecida sabe bem onde quer chegar. Depois de começar no esporte por acaso e participar das duas últimas edições das Olimpíadas, a atleta de Cruzeiro, interior de São Paulo, a maratonista pretende encerrar sua carreira em Tóquio 2020. ?Vou para o meu último ciclo olímpico. Agora estou focada em representar o Brasil mais uma vez nesta disputa?, destacou, em entrevista à Gazeta Esportiva.

Para garantir o bom desempenho, passa por treinos diários em três períodos. Com apoio do clube Pinheiros, de alguns patrocinadores e da Cbat (Confederação Brasileira de Atletismo), Adriana também faz preparação na altitude, para garantir que estará física e psicologicamente preparada para os desafios mundo afora. Para ela, além do treinamento, a maturidade adquirida nas competições que participou será seu diferencial no Japão.

?Tenho que aproveitar a experiência de tudo o que construí até aqui e saber aproveitar isso de uma maneira mais madura?, afirmou a atleta de 36 anos. ?A preparação física talvez não mude muito, mas o foco principal é aproveitar a maturidade que construí?.

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No início da carreira, o objetivo era ganhar dinheiro nas corridas de rua e ajudar a família. ?Não pensava nas medalhas, mas vi que o atletismo podia ajudar minha mãe?, conta. Apesar de ter subido ao pódio e garantido a medalha de ouro em sua primeira disputa, uma corrida de 5km para crianças, o maior prêmio para a ainda pequena Adriana Aparecida foram os R$ 50.

Ela encontrou no esporte uma saída para a péssima situação financeira da família. Com a quantia conquistada, a jovem de 12 anos comprou a refeição que faltava para os três irmãos e sua mãe, em um dia em que os cinco passavam fome. ?Eu não conhecia o que era o atletismo, mas vi que podíamos fazer nossas compras e deixar de depender de doações. Foi quando falei: isso vai ser minha profissão?.

Naquele momento, ela nem imaginava que um dia poderia participar de duas Olimpíadas representando o Brasil. Na Rio 2016, ao lado das conterrâneas Marily dos Santos e Graciete Santana, Aparecida foi a brasileira com melhor colocação na maratona. Com o tempo de 2h43m22, ela foi a 69ª colocada. O resultado, entretanto, não foi o esperado pela atleta.

Durante a corrida, Adriana passou mal no quilômetro 34, mas não quis parar. ?O dia da maratona foi muito difícil, estava muito quente. As quenianas saíram muito forte. Achei que eu não conseguiria terminar a prova porque estava muito mal?, lembra. ?Mas a torcida começou a me empurrar. Não importava a colocação que eu estava, se eu ia ganhar medalha ou não ? eles queriam que eu estivesse ali os representando?.

Para a atleta, oportunidades como a Rio 2016 são únicas para todos esportistas. ?As outras modalidades acabam perdendo o espaço para mostrar seus talentos no País do futebol. Mas acho que as Olimpíadas no Brasil mostraram o quanto os outros atletas são importantes para o nosso País?, ressalta Aparecida.

Anos antes, em 2012, conseguiu atingir o índice para ir a Londres na Maratona de Tóquio, quando foi 9ª colocada com 2h29min17s. Em terra inglesas, foi a única brasileira a competir na maratona olímpica, fazendo 2h33min15s e terminando na 47ª colocação. ?Passa um filme na cabeça. Competir com as melhores do mundo foi uma realização muito grande?, finaliza.

 

Gazeta Esportiva

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