Histórias de superação, afeto e amizade marcam a etapa de inverno do Circuito das Estações
Mais um final de semana marcado por corridas na capital cearense aconteceu e sempre marcado por enredos encantadores
O domingo, 29, amanheceu em Fortaleza com uma verdadeira maré azul invadindo a orla da capital cearense. Mais de 5 mil corredores participaram da etapa de inverno do Circuito das Estações 2025, transformando a Beira-Mar em um cenário de energia, esforço e celebração.
As provas foram divididas em percursos de 5 km, 10 km e 15 km. A largada da primeira ocorreu às 5h30min, enquanto as duas demais começaram um pouco antes, às 5h15min. A avenida ficou completamente tomada por atletas uniformizados com a camisa azul do evento, criando um espetáculo visual e esportivo.
É + que streaming. É arte, cultura e história.
Entre tantos participantes, algumas histórias se destacaram — e emocionaram. Uma delas é a da estudante de Direito Beatriz Braga, que viveu um momento especial: enfrentou os 15 km no dia do próprio aniversário.
Ao Esportes O POVO, ela compartilhou o sentimento de ter reservado uma data tão significativa para se desafiar. “Correr 15 km no dia do meu aniversário foi, inicialmente, desafiador. E, no decorrer da corrida, foi se construindo uma auto confiança em meio a todo esse medo desse desafio. E aí, no final, a realização de um sonho, com certeza. Essa superação desse desafio.”
“A sensação é de muito suor, controlar a respiração pra poder não ficar ansiosa e descompassar a respiração, pra não dar dor desviada. E é isso: concentrar aqui cada passo, em cada respiração, e ter paciência no decorrer do caminho pra não se desesperar, não ficar ansiosa e querer apressar o passo e não conseguir concluir”, completou.
Paixão que passa de mãe para filho
O velho ditado "filho de peixe, peixinho é" se encaixa perfeitamente na história de Kellianne Braga e seu filho Pedro, de apenas 12 anos. A mãe fez questão de levar o menino para conhecer, desde cedo, o universo das corridas de rua.
“O esporte abre portas. Além de você ter comprometimento e dedicação. Ele já faz outros esportes e aí eu trouxe ele para corrida para incentivar e focar mais”, relatou a mãe, orgulhosa.
Pedro, por sua vez, se divertiu — mesmo sem conseguir acompanhar o ritmo da mãe. “Foi massa, mas não corri com ela, deixei ela para trás (risos). Eu fiz uma quando era pequenininho, mas dessa idade, foi a primeira”, contou.
Amizade que corre junto
Se para muitas amigas o reencontro acontece em bares, igrejas ou residências, para um grupo de mulheres de Pacatuba, Região Metropolitana de Fortaleza, o lugar de união é a corrida.
O grupo, formado por oito amigas, se conheceu e se fortaleceu através do esporte. A psicóloga Laryce Cavalcante revelou como essa história começou.
“Somos amigas de corrida. Começamos a correr no ano passado, aqui no Circuito das Estações, e cada vez que nós viemos, trazemos mais uma pessoa. Começou só nós três.”
Ela continua, explicando a expansão do grupo. “Temos grupo no WhatsApp. Nós moramos em Pacatuba e nos organizamos lá, e vem todo mundo junto”, disse, sorrindo.
Da luta contra a balança a São Silvestre
Outra narrativa que impressiona é a do engenheiro de segurança do trabalho Rafael Freitas da Silva, que viu na corrida uma saída — e talvez uma salvação.
“Quando eu fui pai, tinha 120 quilos. Uma vez estava brincando com minha filha e passei mal. Fui ao médico e acabei sendo diagnosticado com um começo de infarto. Foi onde deu o start para mudar de vida”, relembrou.
Rafael tentou emagrecer por conta própria, mas optou por cirurgia e, desde então, adotou a corrida como aliada para manter a saúde. Agora, já mira sua maior meta: a tradicional São Silvestre, que ocorre todo 31 de dezembro em São Paulo.
“Foi paixão à primeira vista. Todo dia 31 de dezembro eu assistia a São Silvestre e quando foi ano passado eu disse ‘ano que vem, vou estar lá’. Já está tudo comprado. Desde janeiro comecei um treino para poder correr bem lá. Serão 15 quilômetros”, finalizou.
Dúvidas, Críticas e Sugestões? Fale com a gente