A história da lenda Schumacher

Documentário da Netflix explora a vida e carreira do alemão heptacampeão de Fórmula 1 através de vídeos, fotos e depoimentos

Disponível desde o dia 15 deste mês na Netflix, o documentário "Schumacher" se propõe a mostrar a trajetória completa do heptacampeão mundial de Fórmula 1. Por sua história nas pistas ser bem conhecida do público fanático por automobilismo, esperava-se um foco maior na vida pessoal do piloto. No entanto, o longa foi construído como um grande resumo, mas que ainda assim guarda ótimos momentos.

Só as conquistas e marcas do piloto já rendem um conteúdo para lá de grandioso. Falamos, afinal, do maior campeão da categoria, ao lado de Lewis Hamilton, mas em menos de duas horas muitos momentos da jornada tão longa e vitoriosa não ganham o desenvolvimento merecido.

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A carreira de Michael Schumacher também foi marcada por algumas polêmicas, mas ainda assim ele é considerado uma das lendas do esporte, ao lado de nomes como Ayrton Senna, Alain Prost, Niki Lauda, Juan Manuel Fangio e Lewis Hamilton. Em dezembro de 2013, sofreu um grave acidente de esqui e seu estado de saúde é mantido sob sigilo pela família até hoje.

O documentário é dirigido por Hanns-Bruno Kammertöns, Michael Wech e Vanessa Nöcker e começa bem promissor, mostrando cenas inéditas de Schumacher iniciando no kart, um jovem talentoso e destemido que já mostrava suas habilidades ao ganhar corridas em um carro com peças desgastadas. E não demorou para que ele chegasse na Fórmula 1 em 1991 e surgisse como um fenômeno. Em 1994, já disputava o campeonato ponto a ponto com Ayrton Senna, mas o acidente em Ímola tirou a vida do brasileiro, temporada do primeiro título do alemão.

A partir daí, o filme se torna bastante linear, mostrando a trajetória de Schumacher na Fórmula 1 sem se aprofundar em diversos momentos importantes, e até omitindo algumas polêmicas. Schumacher se envolveu em alguns "acidentes" pontuais que lhe favoreciam na classificação geral, mas os depoimentos sempre minimizam a situação, como uma infelicidade, ou algo como o instinto competitivo falando mais alto. 

Brasileiros importantes na vida de Schumacher, como Rubens Barrichello e Felipe Massa, nem são citados no documentário. Fernando Alonso, que acabou com a sequência de cinco títulos seguidos do alemão, também foi ignorado. Outros momentos importantes, como o retorno do piloto à Fórmula 1 com a Mercedes, foram pouco explorados. A sensação é realmente que um filme foi pouco para condensar toda a história e talvez uma minissérie funcionasse melhor.

Por fim, o acidente de esqui e o sigiloso estado de saúde de Michael não são o foco aqui. Por mais que seja frustrante não termos notícias sobre sua recuperação, é preciso respeitar a decisão da família em não divulgar. Os 15 minutos finais são bastante emocionantes com depoimentos de Corinna (esposa) e Mick Schumacher (filho). Entendemos, finalmente, que o foco do documentário não são as polêmicas ou controvérsias da carreira. É uma obra autorizada pela família para celebrar a vida de Michael Schumacher, apresentá-lo para a nova geração, e, quem sabe, gerar energias positivas pelo mundo inteiro numa fase difícil para todos os envolvidos.

 

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