Fortaleza tem ataque pouco criativo em primeiro Clássico-Rei do ano, mas derrota deixa lições
Pouco criativo no Clássico-Rei, o time de Vojvoda travou em problemas repetidos e precisa reinventar soluções ofensivas
Quando a bola rolou para o primeiro Clássico-Rei de 2025, na tarde do último sábado, 8, o Fortaleza de Vojvoda entrou em campo com um elenco mais qualificado e badalado, mas pecou taticamente, teve seu ataque anulado pelo Ceará e se permitiu levar mais um golpe na confiança, um descompasso entre o que a torcida esperava e o que viu.
Na Arena Castelão, o placar final apontou 2 a 1 para o Vovô. Para a sequência do Campeonato Cearense, valeu o mando de campo de uma eventual final para o lado alvinegro. Para Vojvoda, um alerta de nuances táticas negativas que precisam ser solucionadas antes de outros grandes jogos.
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Desde os primeiros movimentos, havia um vazio na criação do Tricolor, mesmo controlando a posse de bola. A escalação levou identidade, mas pouca adaptabilidade, algo pelo qual o Fortaleza prezou muito em 2024.
A armação nos pés de Pochettino se fez terra estéril, nenhuma jogada florescia. Assim, Lucero era pouco municiado e, quando acionado, apresentava dificuldades pela queda técnica que vem sofrendo. Não foi à toa que Leão terminou o primeiro tempo sem finalizar na direção do gol, ainda que tentasse povoar o ataque de forma até exagerada, por vezes.
O Alvinegro congestionou o meio e obrigou o Fortaleza a buscar alternativas pelos lados. Marinho e Moisés buscavam frestas por onde escapar, mas não encontravam. A defesa do time de Léo Condé jogou com solidez e muita entrega, principalmente nas recomposições, algo que também faltou para o Tricolor, em especial na primeira etapa, quando parecia dar sorte ao azar entregando contra-ataques de bandeja.
Quando o erro veio, o castigo chegou. João Ricardo saiu mal em cobrança de falta de Lucas Mugni e o Ceará abriu o placar. Depois, Pedro Henrique, atento ao vacilo da defesa pelo lado direito — que passou longe de ser único —, fez o segundo. Aqui, o aspecto mental do Tricolor também foi evidenciado: menos de dez minutos entre os tentos. O Fortaleza demorou para se encontrar.
Vojvoda tentou modificar o cenário com as entradas de Diogo Barbosa, Breno Lopes, Calebe, Tinga e Pikachu. O time aumentou o volume, mas seguiu sem conseguir criar jogadas de perigo para além do pênalti convertido por Lucero, mesmo com a presença de cinco jogadores ofensivos na reta final.
A falta de organização no último terço do campo evidenciou um problema recorrente: a dificuldade do Fortaleza em reagir a adversidades quando enfrenta um sistema defensivo bem estruturado. Além disso, também destaca que algumas peças ofensivas não tem acompanhado o nível que já demonstraram ter vestindo vermelho, azul e branco.
No fim, restou a derrota e o peso de um tabu que se estende por quase dois anos contra o maior rival, contra quem pode jogar até nove vezes em 2025. O próximo passo, visando corrigir os erros cometidos, é contra o Altos-PI, pela Copa do Nordeste, amanhã.