Fisiologista destaca baixo número de lesões e vê Fortaleza em evolução física

Edson Palomares afirma que rendimento contra o Flamengo-RJ indica ascensão e aponta prevenção como fundamental para minimizar contusões

Com seis jogos marcados para janeiro - sendo quatro fora de casa -, a comissão técnica do Fortaleza vê o time em ascensão na parte física. De acordo com o fisiologista Edson Palomares, a retomada da intensidade em campo no empate sem gols com o Flamengo-RJ indica a recuperação dos atletas após maratona intensa no segundo semestre de 2020.

Após a eliminação da Copa do Brasil, no final de outubro, e uma brecha no calendário do Campeonato Brasileiro, com maior intervalo entre um jogo e outro, o Tricolor passou a ter semanas livres para recuperação e treinos. Palomares assegura que não houve influência no condicionamento físico pela troca de Rogério Ceni por Marcelo Chamusca ou pela mudança no esquema tático.

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"Eu até lembro disso no ano passado (2019), em uma fase que não era essa, lá pelo meio de outubro, em que nós vivemos uma situação semelhante e que também tínhamos uma pontuação semelhante a essa. Eu fui questionado e falei: 'Agora, nós vamos começar a levantar o voo novamente'. Isso aconteceu no jogo contra o Flamengo. Uma equipe como o Flamengo, que é acostumada a finalizar 18 vezes, em média, em uma partida, contra o Fortaleza finalizou quatro vezes somente. Ou seja, nós conseguimos acompanhar uma das melhores equipes do futebol mundial. Isso realmente nos enche de satisfação. Acredito que a tendência agora é nós termos, pelo menos, a manutenção desse nível que recuperamos. A perda desse nível, anteriormente, não se deve ao fato de mudança de treinador ou de sistema de jogo, se deve simplesmente que os atletas chegaram a um ponto de fadiga porque passaram por uma maratona de jogos incrível. Fosse o antigo ou o atual treinador, a situação seria muito semelhante, até pelo número de atletas que temos. É algo que acontece inevitavelmente com todas as equipes e nós fizemos um planejamento para começar novamente agora a ter um acesso físico e fisiológico. Não tenho dúvida que a gente vai ter uma equipe bem diferente daquela que nós vimos nos últimos dois meses", cravou o fisiologista.

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A temporada atípica, inclusive, interfere na rotina dos atletas. Com a Série A de 2020 estendida até fevereiro, os atletas não tiveram férias em dezembro e ganharam apenas um recesso de dois dias para o réveillon. Neste início de ano, em vez de trabalhos de pré-temporada, terão pela frente a reta decisiva da competição nacional.

"Existe um aspecto muito importante, que é o psicológico. Quando você fala com o atleta de Natal, de Ano Novo, fala de um momento de férias, família, e isso não aconteceu. Nem conosco e nem com os atletas. É algo que realmente mexe, e a gente percebe. Hoje (sábado) tivemos o nosso reencontro, o treino foi dentro daquilo que nós esperávamos, em termos fisiológicos, mas, sem dúvida nenhuma, a gente percebe que era momento para estar descansando, pensando em uma nova temporada, e isso não aconteceu. Diferente da Europa, onde você tem um campeonato que inicia em um ano e conclui no ano seguinte, no Brasil isso nunca havia acontecido, com raríssimas exceções. Houve uma preocupação, eu conversei com todos os atletas, e eles diziam justamente que o que estava pegando não era perna pesada ou cansaço, mas a cabeça, porque não puderam ter aquele descanso, visitar a mãe ou pai, porque tiveram apenas dois dias e já temos um dos jogos mais importantes dessa primeira quinzena", ponderou Edson Palomares.

Apesar da sequência de jogos e do calendário alterado, porém, o departamento físico do Leão comemora o baixo número de lesões na atual temporada.

"As lesões são inevitáveis, sabemos que é um esporte de alto rendimento e o contato é presente o tempo todo, mudança de direção. Mas o que nós temos que evitar é que ela aumente, se agrave e tire o atleta dois, três meses do cenário. Isso não é interessante nem para nós, nem para o atleta. É prejuízo para todos os lados. Na verdade, essa tem sido a nossa preocupação. Felizmente, nos três últimos anos, a gente vem diminuindo cada vez mais esse índice, chegando a um índice muito baixo esse ano, mas não tenho dúvida que nós seremos a equipe que terá o menor número de lesionados", apostou Palomares.

Na 14ª posição, com 31 pontos, o Fortaleza volta a campo diante do Sport-PE, na próxima quarta-feira, 6, às 20h30min, na Ilha do Retiro, em Recife, pela 28ª rodada do Brasileirão.

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